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Minha Obra-Prima começa empolgante. Parece ser mais um daqueles filmes que misturam gêneros e levam o espectador a rir, sofrer, ficar apreensivo. No começo é engraçado, com dois personagens fortes, mas ao longo dos minutos o que parece ser um roteiro bem amarrado se perde. Não há drama, o suspense é óbvio demais. Que pena.

Argentino, o longa conta a história de dois amigos, o pintor de quadros Renzo Nervi (Luis Brandoni), que já foi sucesso mas hoje é renegado pela crítica e pela sociedade, e o dono de uma galeria Arturo Silva (Guillermo Francella), fã do amigo, que tenta encaixá-lo no fugaz mundo das artes.

O sucesso de Minha Obra-Prima se deve à dupla de atores. Brandoni e Francella estão excelentes, provocando um ao outro com uma destreza incrível nos diálogos.

Eis que o roteiro, então, inverte seu propósito. Se no começo é uma ode aos artistas que não abandonam seus propósitos, passa, então, a ter um visão cínica sobre artistas. Não há transição. A ótica muda e quem é bom passa a ser mau.

Ainda há buracos na história. Fica muito óbvio que há alguma armação acontecendo.

Não que Minha Obra-Prima seja ruim. É um bom filme. Porém, promete muito e entrega menos.

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Minha Obra-Prima / Mi Obra Maestra
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Duração: 101 min.
Gênero: Comédia
Direção: Gastón Duprat
Roteiro: Andrés Duprat
Elenco: Guillermo Francella, Luis Brandonie e Raúl Arévalo
Ano: 2019