Ninfomaníaca – Parte 1

Filmes que já sei não terem fim me dão preguiça… Ninfomaníaca – Parte 1, já pelo que indica o título, é assim. Mas é de Lars von Trier, que raramente erra. É mais um bom filme do “pai” de Melancolia, Anticristo, Dogville, Dançando no Escuro, Elementos de Um Crime e Europa. Menos chocante que o esperado, mas ainda assim competente.

Logo no início há uma mensagem de que a versão não é a final de Von Trier, já que não contém cenas censuradas. Com os cortes são 118 minutos, contra 145 minutos na versão original. Mas já li que a quase meia hora a mais, apresentada na versão completa no Festival de Berlim, não é tão pesada quanto o diretor alardeia: são mais cenas explícitas de sexo.

Esta Parte 1, com seu elenco internacional substituído por dublês nas cenas de sexo, conta a história de Joe, encontrada por Seligman toda machucada em um beco. Ele a leva para casa, onde a moça começa a contar todo o seu caminho na vida até o beco. Ela é ninfomaníaca e se sente mal por isso, pois acredita que é má.

Quando Joe aparece pela primeira vez e o filme substitui aquele barulhinho de chuva por uma música da banda alemã de metal Rammstein, o som pesado mostra o estilo de choque de Von Trier. Mas não há muito mais do que isso. O didatismo dele também está lá, com divisão em capítulos e com explicações sobre semelhança entre sexo e pescaria (sim, são parecidos, segundo o personagem Seligman).

A melhor sequência é definitivamente com Uma Thurman. Há o humor negro característico do diretor, quando entra em cena uma conversa surreal entre amante, esposa, homem traidor, três crianças e um rapaz que não sabe o que fazer. É demais!

Personagem oportunamente erudito, Seligman faz o intérprete que facilita o trabalho do espectador. É também o homem que contrapõe os sentimentos de Joe. É ele quem, neste primeiro episódio, dá o “outro lado” de sua maldade.

No fim, se é possível ser chamado assim, já aparecem cenas do segundo episódio, o que não me agradou. Mas vamos lá… mais um filme para assistir.