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Ninguém Sabe que Estou Aqui é um filme que aproveita muito bem o visual. Não que seja uma obra contemplativa, longe disso. Mas a história de Memo, o personagem principal, não daria ao espectador a sensação de vazio sem o trabalho do diretor estreante Gaspar Antillo. É com diferentes sequências do protagonista isolado, literalmente ilhado, que mergulhamos na vida adulta de uma criança traumatizada.

Memo escolheu viver isolado, ou quase isolado, porque um tio é sua única companhia. Seu sonho quando criança era ser cantor. A voz era linda, mas a fórmula padrão da indústria não deixou que um menino obeso encarasse o sucesso.

Já adulto, Memo escolhe o silêncio. Fala pouco, quase nada. E é com esse silêncio que comunica muito. E canta quando está só. A ótima música Nobody Know I’m Here, que ele gravou quando criança mas nunca ganhou o devido crédito por isso, ecoa em diferentes momentos do longa.

E eis que surge uma mulher que o faz falar. A escolha do diretor pelas cores quentes quando Memo se liberta, sempre sozinho, adiciona ao filme um toque de fábula.

Um filme cuidadoso, sério, com uma ponta de romance, muito bem feito.

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Ninguém Sabe que Estou Aqui / Nadie Sabe Que Estoy Aquí
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2020
Duração: 91 min.
Gênero: Darma
Direção: Gaspar Antillo
Elenco: Jorge García, Luis Gnecco e Nelson Brodt