O Profeta
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O Profeta é francês. Mas também é ambientado em uma prisão, sobre o dia a dia nela. São dois pontos que jamais haviam se cruzado em um filme. E aí está seu ponto-chave. É uma ótima pedida para quem gosta de cinema francês. O mesmo para quem gosta de drama ao estilo Carandiru.
Sim, Carandiru mesmo. Em entrevista à Folha de S. Paulo no início deste ano, o diretor Jacques Audiard não conteve a curiosidade. “Queria muito saber como vocês, brasileiros, receberão o filme. É um tema que vocês conhecem muito bem. A minha cadeia te convenceu?”, disse, para logo em seguida admitir que, de alguma maneira, “Carandiru” e “Pixote – a Lei do Mais Fraco” serviram de inspiração a O Profeta.
Pela primeira vez o cinema francês explora o mundo interno de uma cadeia local, focando no personagem Malik El Djebena, preso aos 19 anos por agredir um policial. O dia a dia da prisão – apenas com atores desconhecidos (escolha do diretor para que o espectador “entre” na desconhecida penitenciária) – é, mesmo na avançada França, ultrajante.
Em uma penitenciária dominada por presos políticos, Malik encontra nos mafiosos ítalo-franceses da Córsega um abrigo – para isso tem de tomar uma atitude que muda seu futuro (e define o filme). Sua origem árabe, porém, impede que seja aceito plenamente pelos córsicos. Por outro lado, a aproximação com os italianos fecha para ele as portas do segundo grupo dominante na prisão, os muçulmanos franceses.
Pouco sabemos da história de Djebena antes de sua chegada, com ar tímido, à cadeia de leis incógnitas. É por meio dele que esse mundo se revela ao espectador. “Ele deve tudo o que tem à prisão”, comentou o diretor à Folha.
Vencedor do Grande Prêmio no Festival de Cannes em 2009, o filme conquistou nove troféus no César, o mais importante prêmio do cinema francês, e vendeu cerca de 1,2 milhão de ingressos no país. Disputou o Oscar de melhor filme estrangeiro, com outros dois pesos pesados: O Segredo de Seus Olhos e A Fita Branca (bateu este no Bafta, premiação inglesa, mas perdeu para ele o americano Globo de Ouro).
Fiquei na dúvida sobre qual é melhor. A Fita Branca não me “apeteceu” ao vê-lo, mas depois de refletir não saiu mais de minha cabeça. O Segredo de Seus Olhos é bárbaro. O Profeta tem lá suas falhas (como o motivo de seu apelido). Mas é marcante (e isso conta muito).
Veja e opine.
Obs: preciso ver Ajami, de Israel, e A Teta Assustada, do Peru, os outros dois concorrentes a Filme Estrangeiro ao Oscar em 2010!
O Profeta / Un Prophète
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Jacques Audiard
Elenco: Tahar Rahim , Niels Arestup , Adel Bencherif , Hichem Yacoubi , Reda Kateb
Duração: 155 min.
Gênero: Drama
Roteiro: Thomas Bidegain, Jacques Audiard, Nicolas Peufaillit e Abdel Raouf Dafri
Nada disso. Assista, sim! É ótimo. Vale bastante.
Melhor não ver então, pois o fim deste é algo do tipo. Nem me lembro como termina. rs…
Tenho a maior má impressão de filme francês, para mim parece que o diretor se enche, diz corta e acaba o filme onde quer que ele esteja. Sei não se vou ver esse.