Os Pilares da Terra – 4 – Obra dos Anjos

Rating

3.5 out of 5

Vale o ingresso

Total

3.5

3.5 out of 5

Terminei a saga, nos dois sentidos, tanto da história quanto de assistir 8 horas de filmes. Os Pilares da Terra – 4 – Obra dos Anjos encerra com chave de ouro a transformação da série televisiva em filmes. E agora, com este texto, o Não Entende Mas Comenta passa a ser o único blog brasileiro com toda a obra da tela analisada – garanto que procurei muito pela internet.

Gostei da história contada nos quatro filmes (clique e confira o 1, o 2 e o 3). Muito bem produzida, por Ridley Scott e seu irmão Tony Scott, tem qualidade incrível de efeitos visuais. Mas é mais que isso: as atuações, basicamente de um time com poucas estrelas (a maior é Donald Sutherland, pai do 24 Horas Kiefer), são muito boas e a direção, de Sergio Mimica-Gezzan, mantém o clima sempre tenso.

O que peca um pouco em toda a trajetória é o roteiro, especialmente nos dois últimos filmes, quando há situações inverossímeis e começamos a comentar “mas por que o fulano não fez isso?” ou “os bonzinhos são muito tontos” ou “não é possível!”. Também não entendi o que motivou o nome da obra, e quem perde o primeiro episódio nada mais entende nos outros.

Neste quarto episódio, após a construção da catedral de Kingsbridge ter motivado uma tragédia, Aliena, a ex-rica que quer vingança, sai em busca de Jack, o artista que, no fim das contas, protagoniza a série. Ele volta da França com ela, para colocar “os pingos nos Is”, deixar as coisas em seus devidos lugares. Explico melhor: na Inglaterra do século 12, dos reis Henrique I e Stephen, o filme aborda a construção de uma catedral na fictícia cidade de Kingsbridge, com todas intrigas, romances e lutas da época medieval. Até o episódio final os maus reinam, só se dão bem, mas Jack acha as soluções para os bons vencerem.

Originalmente escrita nos livros homônimos de Ken Follet (best-sellers), Os Pilares da Terra foi para a televisão por causa do roteirista John Pielmeier, que interpreta um ótimo personagem, amigo do prior (cargo na igreja católica que eu não sabia existir) Phillip, o homem que deseja construir a catedral. Ele achou que seria um crime transformar o livro (com cerca de 2.000 páginas) em um filme com duração de duas ou pouco mais horas. Ridley Scott topou e mandou a história para a televisão.

Como rotineiramente acontece, o melhor personagem é um malvado. Ian McShane (veterano das séries televisivas) interpreta o bispo Waleran, o mais inteligente da saga, o cérebro por trás de todas as maldades. No episódio final ele é de um sarcasmo incrível.

Sugestão da amiga Beth Furiati, acreditei na dica e me dei bem. Quem vê o primeiro tem vontade de ir até o fim. O único que não me agradou foi o terceiro, quando as desgraças florescem e os maus se dão bem, se preparando para cair na etapa final.

Quem gosta de histórias medievais é certo que vai curtir. O mesmo será com quem gosta de uma boa história, sem necessariamente haver cavalos, coroas e reis. Uma boa pedida.

Os Pilares da Terra – 4 – Obra dos Anjos / The Pillars of the Earth – The Works of Angels

CLASSIFICAÇÃO DO FILME E DA SÉRIE: VALE BEM O INGRESSO

Ficha técnica:

Gênero: Drama
Ano: 2010
Elenco: Ian McShane, Matthew Macfadyen, Eddie Redmayne, Hayley Atwell e Sarah Parish
Duração: 105 min.
Direção: Sergio Mimica-Gezzan
Produção: Ridley Scott e Tony Scott
Roteiro: John Pielmeier