Pecado da Carne

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Olha, aqui está um filme controverso. É o dedo na ferida, daquelas doloridas. Uma obra polêmica, criada para causar furor e debates. Ainda mais no país onde a história se passa. Saca só o enredo de Pecado da Carne.

Em um bairro ultra-ortodoxo (notou o “ultra”?) de Jerusalém vive Aaron Fleishman, pai de quatro filhos e administrador do negócio da família, um açougue kosher herdado depois da morte de seu pai. É um cara que usa a barba enorme, kipá (aquela pequeno chapéu), preza pelos bons costumes, interpreta a Torá na yeshivá (escola para estudo dos escritos sagrados)… O mundo de Aaron se transforma completamente com a chegada do jovem estudante Ezri. Ambos iniciam uma relação homossexual, daquelas ardentes, de pegação e tudo mais.

Já imaginou o que foi este filme nos países árabes? E é produção israelense (junto com Alemanha e França)! Obra do cineasta Haim Tabakman, que põe a mão em um vespeiro de seu país e dos vizinhos.

Trata-se de um drama, abordando o sofrimento da dupla, que, claro, passa a receber forte pressão da sociedade local. Apresenta o conflito sem censuras e o trata com segurança e profundidade. Há momentos de lentidão, o que cansa bastante. Mas tem o mérito de escancarar ao mundo o sofrimento de homossexuais em situações como esta.

Um detalhe: o protagonista Zohar Strauss recebeu o prêmio de melhor ator no Jerusalém Film Festival. Ainda há esperança para o mundo.

Pecado da Carne / Einaym Pkuhot

Direção: Haim Tabakman
Ano: 2009
Duração: 90min.
Elenco: Zohar Shtrauss, Ran Danker, Tinkerbell, Tzahi Grad, Isaac Sharry e Avi Grainik
Produção: David C. Barrot e Rafael Katz