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O título é estranho para um filme francês. Nada a ver com o ritmo… ou quase nada. Samba é uma bela homenagem ao Brasil, mas por tabela, sem focar nisso. O foco está mesmo na dura vida de imigrantes ilegais, tema que os diretores e roteiristas Eric Toledano e Olivier Nakache escarafuncham com a mesma suavidade colocada por eles em Intocáveis, o maior sucesso europeu dos últimos tempos.
Samba é um filme sério, mas nem por isso é pesado. Como em Intocáveis, os momentos de reflexão pegam o espectador sem que ele seja chamado a isso. Há até tiradas de humor, ótimas, no momento certo.
Omar Sy está de volta. Agora ele é acompanhado por Charlote Gainsbourg. Ambos estão sensacionais. Charlote em um filme mais leve manda tão bem quanto nos mais densos Ninfomaníaca e Anticristo. Eles não ficam sós. São acompanhados por um elenco coadjuvante de primeira. Destaque para Tahar Rahim (de O Profeta), hilário se apresentando como um brasileiro imigrante na França. Izia Higelin, uma cara nova por estas bandas, também acerta no tom de sua assistente social que “chefia” a personagem de Charlote Gainsbourg.
Aliás, vamos à história. Omar Sy é Samba, um imigrante ilegal do Senegal que por “uma burrada”, como ele mesmo diz, acaba descoberto na França. Preso, recebe ajuda de Alice (Charlote), uma executiva que, cansada de viver para trabalhar, passa a ser assistente social. Ela e Manu são as responsáveis pelo caso dele, que conhece Wilson (o tal brasileiro de Tahar Rahim) antes de sua “burrada”.
Além de nomear o principal personagem com o ritmo intimamente ligado ao Brasil, e de haver um personagem coadjuvante brasileiro, o longa tem na trilha sonora Jorge Ben Jor e Gilberto Gil. A melhor sequência é exatamente ao som dos dois, em uma festa na ONG de assistência social. Brilham as senhoras que na hora da festa mostram como é precipitado julgar as pessoas pela aparência. São engraçadas demais.
Se Samba, o personagem, não sabe dançar (que ironia), o filme Samba tem muito ritmo. É obrigatório para quem gostou de Intocáveis. Não muda a fórmula. Ainda bem.
Samba
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Eric Toledano e Olivier Nakache
Roteiro: Eric Toledano e Olivier Nakache
Duração: 118 min.
Ano: 2015
Gênero: Drama / Comédia
Elenco: Omar Sy, Charlote Gainsbourg, Tahar Rahim, Izia Higelin, Issaka Sawadogo, Hélène Vincent, Christiane Millet e Liya Kebede
