Scarface
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Scarface é um dos melhores exemplos de filme que ganha relevância com o passar tempo. Em seu lançamento, em 1983, recebeu poucos elogios e uma enxurrada de críticas negativas por ser excessivamente forte, cheio de palavrões e supostamente criar um estereótipo dos cubanos que vivem nos Estados Unidos. Hoje, é constante sua presença em listas dos maiores filmes de gângster da história.
As 2h45min de duração não são fáceis, mas o longa cativa quem gosta do gênero. É mesmo um filme forte e há uma teoria que a palavra “fuck” é usada 226 vezes (alguém contou!), mas esses não são pontos negativos. Já a questão do estereótipo é dúbia: realmente os cubanos aparecem sempre como criminosos, mas o filme mostra um recorte da sociedade, não o todo.
As credenciais de Scarface são incríveis: direção de Brian De Palma e roteiro de Oliver Stone, com Al Pacino como protagonista. E, de lambuja, Michelle Pfeiffer como atriz coadjuvante, bem no começo da carreira.
Pacino vive Tony Montana, um criminoso exilado de Cuba para Miami, Estados Unidos. Consegue passe-livre ao, em encomenda do cartel de drogas em Miami, matar um compatriota em uma espécie de centro de detenção em solo americano. Sai, ganha espaço no cartel e, ao lado de Manny Ribeira (Steven Bauer), começa a colocar as mangas de fora. Logo Tony se apaixona por Elvira Hancock (Michelle Pfeiffer), esposa de seu chefe.
O filme é baseado em outro, homônimo, de 1932, mas Sidney Lumet adaptou a história para retratar o Êxodo de Mariel. Lumet, aliás, era o diretor do longa, mas brigou com o produtor Martin Bregman e deixou o projeto. O Êxodo de Mariel foi uma emigração em massa de cubanos que partiram do Porto de Mariel para os Estados Unidos entre 15 de abril e 31 de outubro de 1980. O movimento começou com cerca de 10.000 cubanos tentando asilo no Consulado do Peru. O governo cubano, então, anunciou que qualquer pessoa poderia deixar o país. Os Estados Unidos começaram a receber muita gente (ao fim, 125 mil pessoas), até que o então presidente Jimmy Carter descobriu que muitos dos exilados eram egressos de prisões e instituições de saúde mental. Aí fechou as portas do país.
Não é o melhor filme de gângster da história. A ascensão de Tony Montana, ao mesmo tempo que perde a noção, é o destaque, mas as interpretações deixam a desejar. Pfeiffer está insossa. Já Pacino vai bem, mas nada fora do comum.
Há uma lerdeza na parte central do filme, quando Montana ascende. Uma repetição de situações. O mesmo com sua paixão por Elvira.
Mas, fora isso, é bem interessante. Vale o ingresso – até mesmo para quem já assistiu.
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Scarface
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 1983
Duração: 165 min.
Gênero: Drama
Direção: Brian De Palma
Elenco: Al Pacino, Michelle Pfeiffer e Steven Bauer