Em 1999, Manoj Nelliattu Shyamalan estourou. Lá se vão 17 anos e, por isso, muita gente não deve saber. Mas M. Night Shyamalan, seu nome artístico (o Night vem de apelido na faculdade), lotou os cinemas de todo o mundo em seu terceiro filme, já contado um amador. Era O Sexto Sentido, até hoje referência de filme-surpresa, aquele tipo que deixa o espectador com cara de bobo ao apresentar um desfecho surpreendente.
Até quem não assistiu ao longa comentava nos bate-papos; Foram seis indicações ao Oscar em 2000. Perdeu o de Diretor para Sam Mendes, de Beleza Americana, deixando um clima de injustiça no ar. Nenhuma categoria foi para a Filadélfia, terra americana do diretor nascido na Índia. Mas Shyamalan ganhou notoriedade e, então, pode escolher o que fazer com a carreira. Aí veio o problema. Sua carreira despencou de tal maneira que hoje até seus fãs, como eu, têm um pé atrás com seus lançamentos.
Mais do que O Sexto Sentido, adorei A Vila, de 2004. Sinais, de 2002, e Corpo Fechado, foram interessantes. Ah, teve também o roteiro do infantil O Pequeno Stuart Little. Até aí tudo ia bem. E o diretor (que, como Alfred Hitchcock, aparece em suas produções) continuava como um garoto-prodígio, uma espécie do que vive hoje J. J. Abrams. Era, segundo a revista Newsweek em 2000, o próximo Steven Spielberg.
E chegou A Dama na Água. Horroroso! Que filme ruim! De 2006 para cá Shyamalan foi ladeira abaixo. Fim dos Tempos, de 2008, conseguiu ser pior que A Dama na Água. Um filme-catástrofe, como o título indica, mas com um viés natureba que quebrava qualquer clima de ação.
Em 2010 o cineasta lançou seu projeto mais ambicioso. Seria o retorno triunfal a Hollywood. Por envolver um orçamento gigantesco e adaptar um dos desenhos mais famosos do mundo, O Último Mestre do Ar, da Nickelodeon, aparentou ser a grande salvação de Shyamalan, acompanhado de um marketing arretado. A projetada trilogia morreu no lançamento.
Que decepção (mais uma)! Depois da Terra ainda veio, em parceria com Will Smith – mais um longa pro saco de ruins, outro com orçamento milionário.
De certa forma, cansamos – eu e os outros fãs. Até insisto de vez em quando, mas Shyamalan já não me tira de casa para ir ao cinema. Demônio, não vi. O mais recente, A Visita, que até diz a critica ser melhorzinho, também não. Posso ter perdido sua volta à velha categoria. Vou atrás dos dois, pois lá no fundo ainda tenho esperança. Porém, não com o mesmo entusiasmo.
Agora o cineasta está em uma fase de orçamentos menores. Pudera… sua credibilidade está em baixa, com fracassos de bilheteria seguidos. Mas Hollywood adora uma historia de superação. Talvez a de Shyamalan.