As Virgens Suicídas

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3 out of 5

Até vale o ingresso

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Sofia Coppola ficou famosa por produzir o roteiro de Encontros e Desencontros, filme com Bill Murrey e Scarlett Johansson. Por ele, venceu o Oscar e o Globo de Ouro em 2004 de melhor roteiro (o filme ainda foi indicado em outras categorias). Por isso resolvi ver sua primeira obra, adaptação de livro homônimo de Jeffrey Eugenides: As Virgens Suicídas.

Quem gostou de Encontros e Desencontros vai gostar do filme anterior de Sofia. Segue no mesmo ritmo, com estilo semelhante, em um drama meio paradão, mas que prende a atenção (achei melhor que Encontros). É a história da família Lisbon, na década de 70, composta por cinco filhas e seus dois pais. As meninas (com Kirtens Dunst bem novinha sendo a mais sexy) têm idades de 17, 16, 15, 14 e 13 anos. São podadas pelos “chefes-pais” e não têm vida social. Já na primeira cena, Cecília, a mais nova, tenta se suicidar cortando os pulsos. Desta vez não consegue. Logo em seguida ela obtém sucesso.

É aí que o filme, que tem bons atores, alguns de renome (James Woods, Kirsten, Josh Harnett, Kathleen Turner e Deny DeVito, em uma ponta), tem seu ponto-chave e poderia deslanchar. Mas não deslancha. Torna-se um bom filme, mas não entra na minha lista dos melhores. Segue no ritmo de Encontros e Desencontros, o que pra mim não agrada muito. Agrada, mas não muito. As quatro filhas vivas passam a ter um pouco mais de liberdade dos pais e até conseguem encontrar com garotos, sob os olhares dos pais, até uma delas cometer um erro.

Sofia Coppola, além de filha de Franscis Ford Coppola (o mega-diretor, pai de O Poderoso Chefão), é prima de Nicolas Cage e divorciada de Spike Jonze (diretor de Quero Ser John Malkovich). Ainda assim, no meio de tanta gente boa e famosa, conseguiu se sobresair. E por isso deve ter reconhecido seu valor. É uma das mulheres diretoras mais celebradas dos últimos tempos. Antes dela, apenas a italiana Lina Wertmüller e a neozelandesa Jane Campion tinham sido indicadas ao Oscar. E já em sua segunda obra levou a estateta para casa, como roteirista.

Antes de ir para trás das câmeras, Sofia tentou ser atriz. Seu pai a colocou no terceito episódio de O Poderoso Chefão, como Mary Corleone. Não deu certo. A escolha foi criticada e ela não gostou da experiência. Ainda participou de um filme australiano de pouco sucesso e fez uma ponta e Guerra nas Estrelas – A Ameaça Fantasma. Mais nova fez outros filmes.

Depois que passou à direção e ao roteiro, Sofia se encontrou. Após estes dois filmes, fez Maria Antonieta, com a mesma Kirsten Dunst. E agora se prepara para lançar Somewhere (título ainda em inglês). Em seus quatro filmes o pais foi o produtor-executivo, ou seja, bancou os gastos. Pelo jeito, ele tem tido retorno.

Tanto para quem gosta de Sofia quanto para quem não gosta, As Virgens Suicídas vale o investimento. A diferença é que quem gosta vai adorar. Quem não gosta pelo menos terá o prazer de ver a primeira obra de uma roteirista e diretora de sucesso. Quem, como eu, não acha tudo isso, mas também não odeia, vale para ver um tipo de filme diferente.

Ficha técnica

As Virgens Suicídas / The Virgen Suicides

CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO

Direção: Sofia Coppola

Roteiro: Sofia Coppola

Gênero: Drama

Duração: 96 min.

Elenco: James Woods, Kathleen Turner, Kirsten Dunst, Josh Harnett e Dany DeVito