Star Wars – Guerra nas Estrelas – Episódio IX – A Ascensão Skywalker
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Não tem como um filme Star Wars ser ruim. Nem mesmo o pior deles. Qualquer episódio carrega em si o peso de toda a série, dos personagens adorados, de uma cultura construída por décadas. Indicado como o capítulo final da saga (eu não acredito que vá parar neste), Star Wars – A Ascensão Skywalker se beneficia disso. Porque ao julgar somente o “filme pelo filme”… encontramos problemas.
O roteiro de Chris Terrio e J.J. Abrams depende muito da nostalgia da primeira trilogia. Deixa totalmente de lado a segunda trilogia. E renega o estilo de Os Últimos Jedi, filme antecessor dessa conclusão. A ousadia do diretor Rian Johnson é trocada pela apatia de J. J. Abrams (e quem escreve é fã dele).
As 2h21min. do longa mostram momentos apressados, com explicações sem aprofundamento; e aí o espectador para de prestar atenção e passa a acompanhar somente a diversão na tela. Isso é ruim? Não. Mas poderia ser melhor.
A precisão dos roteiros dos 8 filmes anteriores jamais foi determinante para o sucesso de Star Wars, responsabilidade que sempre coube à qualidade dos seus personagens. E as reviravoltas marcaram sobremaneira o estilo “Star Wars”. Afinal, Leia e Luke se beijam em um episódio para depois ser mostrado que são irmãos (qualquer semelhança não é mera coincidência, não é J. J. Abrams?). Neste A Ascensão Skywalker vemos o mesmo.
Cinco são os principais furos do roteiro:
1 – Palpatine, o vilão, volta do nada e pouco se explica. Está em um planeta isolado e só isso importa. Ele havia sido morto por Darth Vader… mas e daí?
2 – Para chegar a Palpatine é preciso encontrar um triângulo mágico. Se ele é destruído, ops, descobre-se que há mais um por aí.
3 – Rey, a heroína, vira neta de Palpatine, contra a sua origem “comum” tão bem colocada no filme anterior.
4 – Quase todo mundo morre… mas reaparece em seguida. A credibilidade das mortes vai para o ralo. O espectador sabe que logo ali na frente o personagem vai voltar, com qualquer explicação para isso.
5 – E tudo é possível. Os Jedi e Palpatine podem distribuir raios, controlar naves com a força do pensamento, trazer mortos à vida. Que os Jedi são especiais já se sabia… mas ganham poderes de deuses.
O fim, que deve desagradar muitos fãs, não me pareceu tão grave. Aliás, o terço final do filme é o que mais empolga, quando há um ataque final (os furos continuam nesta parte, como a aparição de ajuda num estelar de dedos). Mas é o que garante ação e comentários ao sair da sala do cinema.
Nas interpretações, destaque para Adam Driver, como o vilão Kylo Ren/Bem Solo. Já Daisy Ridley, a Rey, fica abaixo da expectativa.
A Ascensão Skywalker está longe de ser o melhor da saga. Mas, por tudo o que representa, vale o ingresso. Só por isso.
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Star Wars – Guerra nas Estrelas – Episódio IX – A Ascensão Skywalker / Star Wars – Episode IX – The Rise of Skywalker
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Direção: J. J. Abrams
Roteiro: Chris Terrio e J. J. Abrams
Elenco: Billy Dee Williams, Carrie Fisher, John Boyega, Daisy Ridley, Mark Hamill e Oscar Isaac
Ano: 2019
Duração: 141 min.
Gênero: Ficção científica
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