The Eichmann Show

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Adolf Eichmann tem aparecido no cinema. Pouco de maneira direta, mais de maneira indireta. Como em Hannah Arendt, filme que trata da filósofa “mãe” da teoria sobre a banalidade do mal, The Eichmann Show deixa o carrasco nazista como personagem secundário para focar em como foi realizada a transmissão via televisão de seu julgamento, em escala mundial.
Eichmann foi o alemão que, durante a Segunda Guerra Mundial, organizou as deportações em massa dos judeus para os guetos e campos de extermínio. Foi ele o “construtor” do extermínio em massa. Em 1960, foi capturado na Argentina pela Mossad, o serviço secreto de Israel. Seu julgamento na então recém terra dos judeus teve autorização de transmissão via TV, mas só por uma emissora, que repassaria ao mundo.
É importante contextualizar a data, um período decisivo para a televisão. As transmissões ao vivo começavam a ganhar corpo, mas eram extremamente difíceis. Para piorar a situação, o tribunal não aceitava qualquer interferência no julgamento, mesmo que fosse o barulho das câmeras.
Martin Freeman e Anthony LaPaglia interpretam Milton Fruchtman e Leo Hurwitz, os dois americanos com a missão de organizar a transmissão do julgamento. O primeiro é o produtor, que deseja ganhar audiência com os dramas contados pelas testemunhas. Já o diretor gostaria de focar em Eichmann, esperando dele alguma reação humanitária.
Produzido pela BBC, o filme se perde um tanto nesta discussão. Em geral, o produtor quer que o mundo entenda as atrocidades causadas às vítimas, agora testemunhas. Já o produtor insiste na tese de que Eichmann é uma pessoa, e que por isso em algum momento irá “sentir” o peso do que fez. É uma discussão existencial, que foge do assunto principal: a transmissão.
O holocausto pouco entra em cena. Na parte final há imagens de vítimas, impactando o espectador. Mas isso é só no fim e ratifica o grande erro do longa: não definir seu foco.
The Eichmann Show
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Duração: 90 min.
Elenco: Martin Freeman, Anthony LaPaglia, Rebecca Front, Andy Nyman, Nicholas Woodeson e Ben Addis
Direção: Simon Block
Ano: 2015
Gênero: Drama