Uma Vida Nova
Rating
Total
Preconceito e superação. Estes dois temas são a base de Uma Vida Nova, título falho em português para o original Bui Doi (em inglês ficou o ufanista The Beautiful Cuntry). Falho porque já no título os responsáveis por este bom filme mostraram como ele viria.
Bui Doi é a maneira como os habitantes do Vietnã chamam os filhos de militares norte-americanos e nativos: “menos que o pó”. O introvertido jovem Binh é um deles. Passou a vida humilhado e sabendo bem pouco sobre seu passado. O primeiro passo para descobrir sua origem é uma foto em que aparecem um homem norte-americano e uma vietnamita com um bebê nos braços.
O reencontro com a mãe biológica não demora a acontecer – ela é empregada em uma mansão em Saigon, onde o rapaz também começa a trabalhar. Forçado a fugir por causa de uma morte, ele parte rumo à Malásia em busca de “uma vida nova”, levando Tam, o meio-irmão mais novo, uma criança. O périplo deles piora quando são presos em um campo de refugiados, onde conhecem a prostituta chinesa Ling. Com ela Binh divide o sonho de ir aos Estados Unidos em busca do pai.
No elenco, além de muitos artistas orientais, estão Nick Nolte e Tim Roth. Eles – comandados pelo protagonista Damien Nguyen – vão muito bem e cativam. Dirigido pelo norueguês Hans Petter Moland, o filme – dos Estados Unidos e da Noruega – tem cenas pesadas, marcantes, de puro sofrimento de Binh. E escancara um preconceito distante do Brasil.
Uma Vida Nova / Bui Doi
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO (continuamos com o problema da categoria. Este aqui, por exemplo, é mais que “Até Vale o Ingresso”, mas menos que “Duca”)
Ficha técnica
Elenco: Damien Nguyen, Thu Anh, Ling Bai, Glen Bradford, Thi Hong Bui, Nick Nolte, Cleve Chamberlain, Thi Kim Xuan Chau, Dora Chu, Phyllis Cicero
Direção: Hans Petter Moland
Roteiro: Sabina Murray, Lingard Jervey
Gênero: Drama
Duração: 137 min.
Como um filme pode ser bom sem ter grandes efeitos ou grande orçamento. A beleza do filme está na simplicidade e na capacidade de mostrar um história ao mesmo tempo tão diferente ou distante, como bonita e universal.