Up – Altas Aventuras

Rating

4 out of 5

Duca

Total

4

4 out of 5

Inauguro o espaço para desenhos aqui no blog. Adoro desenhos. Não mais Tom e Jerry e Pica-Pau, afinal já estou um pouco além da infância. Mas esses desenhos que passam no cinema geralmente são sensacionais. Up – Altas Aventuras entra nesse seleto grupo. E tem uma característica que até então não tinha visto em uma animação: o assunto é adulto.

Companheiros de brincadeiras na infância, Carl Fredricksen e Ellie descobrem que não podem ter filhos e decidem economizar para uma viagem à América do Sul, local onde o herói de ambos, um famoso aventureiro, se refugia para recuperar a credibilidade – ele foi acusado de fraude pela imprensa.

Pois bem. E não é que Ellie morre? É isso mesmo. A velhinha, que era a animada da dupla, deixa só o velhinho.De uma hora pra outra! O tempo dá um salto, com Carl vivendo uma chata rotina e com saudade da esposa, até quando surge o garoto gordinho Russel, de 8 anos de idade. Ele é escoteiro e, deixado de lado pelo pai (separado da mãe), quer ganhar uma medalha por bravura com e esperança de rever a figura paterna.

O velhinho Carl, cansado de tanta melancolia, decide realizar o sonho de sua esposa e enche a casa de balões. A idéia é chegar à América do Sul. E o inusitado acontece. A viagem começa, mas por um feliz (inicialmente infeliz na opinião de Carl) acaso Russel entra na “bagagem”.

Ao chegar à selva, a dupla se junta a um cachorro e uma ave gigante, que muito parece com o extinto Dodo. O quarteto parte em busca do local exato buscado por Carl. E enfrenta o ensandecido aventureiro que era ídolo do velhinho e sua esposa, louco por passar décadas na selva.

Up foi o primeiro filme da Pixar em terceira dimensão (eu vi sem os óculos, em tela tradicional). Foi dirigido por Pete Docter e teve roteiro de Bob Peterson, ambos de Monstros S.A. (o último como supervisor de história), desenho imbatível no meu conceito. Abriu o Festival de Cannes, feito incrível para um desenho. Aqui no Brasil tem um ponto negativo – Chico Anysio dubla o idoso e faz com que a voz remeta sempre a sua imagem. Com seus assuntos adultos – morte, separação de casal e velhice -, muitas vezes emocionantes (há cenas belas, como a que Carl abre o álbum de fotos antigo e tem uma surpresa), é diversão certa, com esse grande toque de seriedade. Claro que entra na categoria de animação para crianças (afinal, tem cachorro falante), mas parece que as crianças estão mais maduras e agora têm no dia-a-dia temas que antes eram exclusivos dos mais velhos. Afinal, viajar com balões não é mais novidade, pelo menos para padres.