Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha

Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha

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A relação entre a poderosa rainha Victoria e o pobre Abdul, indiano que ganha a confiança da monarca com seu jeito simples e direto, porém sempre respeitoso. Essa é a sinopse de Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha, que conquista pelo ótimo elenco, mas também pela alegre maneira de contar esta história real (nos dois sentidos).

Investindo no choque cultural entre uma Londres centro do mundo, em uma época que o Reino Unido englobava países do leste ao oeste, de norte a sul, e uma Índia ainda colônia, o filme se baseia nas futilidades da corte. Foca na figura da rainha Victoria, que, aos 81 anos, é paparicada de todas as formas possíveis.

Pela visão do diretor Stephen Frears, todos ao redor de Victoria são puxa-sacos, acostumados a uma corte de riqueza e pompa. E se indignam quando um servo do país colonizado ganha espaço com a rainha.

Li por aí uma série de críticas pela estereotipagem dos personagens. São estereotipados mesmo, mas este é um jeito de fazer cinema. Um jeito alegre, já que o tom do longa-metragem é para cima, sem qualquer pegada de dramalhão. Nem sempre o cinema precisa ser sério.

O filme é baseado no livro “Victoria & Abdul – The Extraordinary True Story of the Queen’s Closest Confidant”. Sem querer, a jornalista Shrabani Basu encontrou um tesouro ao visitar a Casa Osborne, residência de veraneio da rainha na ilha de Wight. Ela tinha pesquisado a história do curry e sabia que Victoria apreciava a iguaria indiana e tinha empregados vindos do país. Nessa visita, porém, um retrato do criado Abdul Karim, pintado em tons de ouro, vermelho e creme, segurando um livro nas mãos, chamou a sua atenção. “Ele parecia mais um nobre do que um empregado. Isso despertou minha curiosidade”.

Para contar essa história (na foto ao lado, as duplas real e fictícia), Shrabani pesquisou quatro anos, baseando-se nos diários da rainha e seus cadernos com aulas de urdu, idioma que Karim lhe ensinava, além dos diários de seu médico e documentos de outros membros da Casa Real. Ela foi a Agra, na Índia, onde encontrou os descendentes de Karim, e descobriu seu diário perdido no Paquistão. “Sua história me levou a três palácios (Balmoral, Casa Osborne e Castelo de Windsor) e três países (Índia, Paquistão e Grã-Bretanha)”, conta a autora. Ela considera que o filme é 90% fiel aos acontecimentos relatados em seu livro.

Voltando ao filme, aliás, Judi Dench mais uma vez está soberba. Sua Victoria é a cara de suas rotineiras personagens: séria, carrancuda, mas com um toque de felicidade. Ali Fazal interpreta super bem o Abdul que idolatra rainha, mas por vezes não sabe como se portar.

Uma bela opção de filme leve, mesmo que com um roteiro mais sério.

 

Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha / Victoria And Abdul

CLASSIFICAÇÃO: DUCA

Ficha técnica:

Ano: 2017
Duração: 112 min.
Direção: Stephen Frears
Elenco: Judi Dench, Ali Fazal, Eddie Izzard e Adeel Akhtar
Gênero: Drama

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