Ainda Estou Aqui
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Fernanda Torres merece, no mínimo, estar na lista de finalistas para o Oscar. Sua interpretação é a alma de Ainda Estou Aqui, filme brasileiro que vem, com justiça, arrasando quarteirões por onde passa.
O longa traz a história de uma família. Mas essa família representa milhares de brasileiros. E é sempre bom lembrar o quanto a ditadura causou de males ao Brasil e sua população.
Na tela, a história de Eunice Paiva e seu marido, Rubens Paiva, seqüestrado por militares, acusado de conspiração contra o governo, desaparecido, sem vestígio de seu paradeiro.
É na força de Eunice que a família se sustenta. Ela que tenta com afinco encontrar o marido, ao mesmo tempo que mantém-se firme no cuidado com os filhos. É interessante que a trama passa longe de qualquer drama mais aflorado. A interpretação de Fernanda é no ponto.
Selton Mello vai bem da mesma forma, mas seu personagem, evidentemente, some e aí só dá Fernanda na tela.
Muito do mérito do filme é do diretor Walter Salles, que, segundo depoimento de Fernanda, cortou todas as cenas em que ela mais se emocionava. Exatamente para passar o que a verdadeira Eunice fez.
Perto do desfecho, a trama tem dois saltos temporais de mais ou menos duas décadas que apresentam rapidamente a família nestes períodos e passam pela atuação profissional de Eunice e pela vida dos filhos já adultos. Gosto de estes trechos serem curtos – ainda que marcantes, um deles com Fernanda Montenegro interpretando Eunice mais velha. Alongar estes trechos seria tirar o foco do concentrado de desespero da família. Não que o desespero passe com o tempo, mas outros pontos entram.
A parte técnica do filme também precisa ser ressaltada. O som é bom, a fotografia igual.
Realmente, um dos grandes filmes do cinema brasileiro.
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Ainda Estou Aqui
CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!
Ficha técnica:
Direção: Walter Salles
Roteiro: Murilo Hauser e Heitor Lorega
Duração:
Ano: 2024
Gênero: Drama