Hannah Arendt

Hannah Arendt

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O nome do filme pode indicar uma biografia sobre a vida da personagem. Não é. Hannah Arendt aborda um período específico desta filósofa, talvez a sua principal fase – ou a que mais marcou sua vida. É uma obra que tem a qualidade de ressaltar o valor das ideias. E ideias não faltam a Hannah Arendt, a mulher.

Hannah foi uma filósofa alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século 20. A privação de direitos e a perseguição na Alemanha de pessoas de origem judaica a partir de 1933, assim como seu breve encarceramento nesse mesmo ano, fizeram-na emigrar. O regime nazista retirou-lhe a nacionalidade em 1937, o que a tornou apátrida até conseguir a nacionalidade dos Estados Unidos em 1951. Trabalhou como jornalista e professora universitária e publicou obras importantes sobre filosofia política. Contudo, recusava ser classificada como “filósofa” e se distanciava do termo “filosofia política”. Preferia, sim, que suas publicações fossem classificadas como de “teoria política”.

Isso tudo nem passa perto do filme. Quando entra em cena, Hannah já tem uma vida estável nos Estados Unidos e, acima de tudo, é respeitada. Adolf Eichmann, um colaborador de Adolf Hitler e coordenador dos campos de concentração, será julgado por seus crimes em Israel. O momento parece histórico à filósofa, que pede e consegue que a revista The New Yorker a credencie para participar do julgamento. Em troca, Hannah deve escrever uma reportagem.

Aí nasce a história. Hannah escreve uma tese de que Adolf Eichmann poderia não ser antissemita, mas, sim, uma mente fraca, um seguidor de ordens dos antissemitas. Ou seja, em resumo, um bocó sem personalidade, um acéfalo que cumpre ordens sem qualquer questionamento. Um empregado do mal. Nasce a teoria da “banalidade do mal”.

Como fazer para captar em imagens o nascimento de uma ideia? Dificil. A diretora Margarethe Von Trotta tem o mérito de evitar a tentação de fornecer explicações pontuais. Outro mérito dela é fornecer um retrato ponderado da filósofa. Von Trotta não transforma Arendt nem em heroína nem em traidora. Fica claro que sua teoria é polêmica, mas o espectador decide se é correta ou não.

Mas estes méritos também esfriam o longa. Ao escolher uma abordagem sem defesa de lado, Hannah Arendt resulte em uma obra linear, sem clímax. O tempo passa, a filósofa enfrenta embates e críticas, mas nada que passe perto de uma glorificação ou condenação. Não se trata de um filme que empolga, mas entre acertos e erros, vale o ingresso.



Hannah Arendt 


CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO 


Ficha técnica: 
Ano: 2013
Duração: 113 min.
Elenco: Barbara Sukowa, Axel Milberg e Janet McTeer
Direção: Margarethe Von Trotta
Gênero: Drama

Categorias: Drama

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