O Grande Hotel Budapeste

O Grande Hotel Budapeste

Rating

5 out of 5
Pare tudo e vá ver!

Total

5
5 out of 5

Wes Anderson acertou a mão. O cultuado diretor e roteirista – de Os Excêntricos Tenenbaums, Viagem a Darjeeling, O Fantastico Senhor Raposo e Moonrise Kingdom – nunca havia me arrebatado. Não que achasse seus filmes ruins – ao contrário. Mas jamais havia sido totalmente conquistado… faltava algo. Chegou a hora, com O Grande Hotel Budapeste.

O longa narra a história do concierge Gustave em um famoso hotel na Europa, que dá nome ao longa. O local sobreviveu a guerras, ao fascismo e ao comunismo. Gustave é sua alma, comandando-o com perícia exemplar.

Em um clima insólito, a história se desenrola em um país imaginário da Europa, a República de Zubrowka – coincidência ou não, esse é o nome de uma vodca polonesa. Logo entra em cena o novo contratado do hotel, o “lobby boy” chamado Zero, que vira aprendiz de Gustave. É ele quem, já mais velho e dono do hotel, narra o acontecido a um então escritor iniciante, apesar de famoso, que mais tarde se encarrega de repassar o acontecido.

A trama percorre a morte de uma milionária de 84 anos, que deixa uma pintura renascentista muito valiosa como herança para Gustave. O filho da octogenária odeia a benevolência e arma um plano para culpar Gustave pela morte da mãe. Só resta ao concierge e seu pupilo Zero furtarem o quadro. E aí uma “caça” começa.

Apesar de dar a ideia de se passar na Hungria, O Grande Hotel Budapeste é uma produção alemã e foi rodado inteiramente no país. Dá vontade de descobrir, se fosse real, onde está o hotel e passar a viver lá!

Wes Anderson é extremamente cuidadoso. Cada cena tem um motivo. O “lobby boy” não larga seu chapéu, no qual se lê em letras garrafais “lobby boy”. Ele é um zero, pois está no começo de carreira e de vida, mas essa classificação é só no nome, deve-se ressaltar, pois de zero nada tem.

As cores do longa são lindas. Tudo fica muito bem enquadrado, em cenas que levam ao quadro renascentista furtado pela dupla principal. Aí entra também um toque genial de Anderson. O quadro não deixa de ser uma crítica à arte. É mais um no estilo “Fulano com a maçã”… mas vale uma fortuna.

A cada aparecer das cenas um medalhão de Holywood se apresenta. Ralph Fiennes é o protagonista, o concierge. Seu pupilo é vivido pelo ator de 16 anos Tony Revolori, que mais velho é interpretado por F. Murray Abraham. E aí vêm Tilda Swinton, irreconhecível como a idosa assassinada, Adrien Brody, como o filho que arma para o concierge, Willem Dafoe, um vilão sinistro, e Edward Norton, um policial.

Ainda há Tom Wilkinson, Jude Law, Harvey Keitel, Léa Seydoux, Owen Wilson, Jeff Goldblum, Jason Schwartzman, Bill Murray… e por aí vai.

A estética sempre esteve presente nos filmes de Wes Anderson. Mas se a crítica sobre uma possível “falta de conteúdo” era corriqueira (eu sempre tive essa impressão), agora isso fica impossível. Tudo flui de forma natural em uma histórica cativante.

Trata-se de uma obra belíssima, livremente inspirada em textos de Stefan Zweig, poeta e dramaturgo austríaco que faleceu na cidade carioca de Petrópolis, no Rio de Janeiro, na década de 1940. A cidade aparece creditada ao final do filme.

Esteticamente é um filme especial. A direção de arte, os figurinos, o cenário… tudo é muito bem pensado e desenvolvido. Os cenários são incríveis, com destaque para o próprio hotel, mas em momento nenhum perde-se o foco na história e em seus personagens.

Um filme essencial.



O Grande Hotel Budapeste / The Grand Budapest Hotel 


CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!


Ficha técnica:
Ano: 2014
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson
Elenco: Ralph Fiennes, Tony Revolori, F. Murray Abraham, Adrien Brody, Willem Dafoe, Mathieu Amalric, Jude Law, Saoirse Ronan, Jason Schwartzman, Harvey Keitel, Jeff Goldblum, Tilda Swinton, Owen Wilson, Tom Wilkinson, Edward Norton e Léa Seydoux
Gênero: Drama e comédia
Duração: 100 min.

Categorias: Comédia, Drama

Sobre o Autor

Escreva um Comentário

Seu endereço de e-mail não será divulgado.
Campos obrigatórios*