Serra Pelada
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Heitor Dhalia estourou no cinema como criador do ótimo O Cheiro do Ralo. O ano era 2006. De lá para cá ele fez À Deriva, em 2009, meia boca, e o péssimo 12 Horas, em 2012, marcando sua primeira incursão pelos Estados Unidos. Agora o diretor e roteirista veio com Serra Pelada. É um respiro para ele, pois o filme é bom.
A história do maior garimpo a céu aberto do mundo, onde foram extraídas, oficialmente, 30 toneladas de ouro na década de 1980, é um chamariz para qualquer roteirista. Dhalia cria dois personagens, Juliano e Joaquim, para representar as angústias e mazelas de quem passou pelo buraco.
Os dois amigos saem de São Paulo, largando tudo para trás (dívidas ou família), em busca do sonho de enriquecer. Estão entre os primeiros a chegar ao garimpo e, assim, conseguem tomar conta de um pedaço de terra. São amigos… algo que pode não durar quando o dinheiro aparece.
O filme não se aprofunda no sofrimento. Prefere contar a história da amizade se corroendo e por tabela mostrar como funcionava o garimpo. Joaquim e Juliano já chegam dizendo que “esse lugar piora a gente”. E aí se percebe o que virá na tela.
Os anos 1980 são muito bem revividos. E o elenco, comandado por Juliano Cazarré e Júlio Andrade, entrega o que promete. Destaque para, de novo!, Wagner Moura. É incrível. Seu personagem é pequeno, porém importante. Ele dá um show de interpretação!
Há falhas no roteiro. E isso causa certo desânimo no espectador mais atento. Por que diabos as pessoas têm de carregar dinheiro em bolsas e mochilas? Transferência bancaria não existia?
Mas no fim fica a sensação de um filme bacana, bem montado, produzido com cuidado.
Serra Pelada
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 2013
Duração: 100 min.
Gênero: Drama
Direção: Heitor Dhalia
Roteiro: Vera Egito, Heitor Dhalia
Elenco: Juliano Cazarré, Júlio Andrade, Sophie Charlotte, Matheus Nachtergaele, Wagner Moura, Lyu Arisson, Jesuíta Barbosa