Um Conto Chinês
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Semana para tirar do atraso os filmes indicados pelos amigos. Depois de A Pele que Habito, assisti a Um Conto Chinês. Que primor de filme! Simples, original, pitoresco, exato.
Diferentemente do que houve com A Pele – que deixou uma ponta de decepção após tantas boas indicações, Um Conto Chinês foi ótimo do começo ao fim. Baseado no confronto de culturas distintas – a chinesa e a argentina, a obra apresenta situações cômicas e dramáticas na medida certa, em um humor cotidiano e honesto. O protagonista Ricardo Darín é aquele onipresente nos filmes argentinos, como o supimpa O Segredo dos Seus Olhos. Faz tudo quanto é tipo de personagem, com a mesma qualidade. E neste manda muito bem novamente. Ele e Ignacio Huang, que interpreta o chinês da história.
Darín é Roberto, argentino ranheta, que dia a dia trabalha em sua monótona loja de ferragens e ferramentas. Sua rotina é absurdamente repetitiva, metódica e neurótica. Ele, por exemplo, confere quantos pregos há em cada caixa recebida. São centenas de pregos, contados um a um!
Para quebrar a mesmice, aparece em sua vida Jun, um chinês jogado para fora de um táxi na movimentada Buenos Aires. Ele é o “dono” da primeira cena do filme, ainda na China, quando uma vaca vem do céu e mata sua noiva. Essa vaca vai dar o que falar…
Bom coração, o argentino tenta ajudar o chinês recém-chegado. Mas o oriental não fala uma palavra em espanhol. Roberto o “adota” e deixa que viva em sua casa, até que apareça o tio de Jun, motivo da viagem da China ao país dos hermanos. Mas onde está este tio, que nunca chega?!?!
E há Mari (Muriel Santa Ana), irmã do único amigo de Roberto, apaixonada por ele, que chega a Buenos Aires e já se dedica a tentar conquistar o coração do ermitão.
Em momento nenhum o filme perde ritmo. As situações engraçadas aparecem uma depois da outra. Há também emoção. É muito interessante a opção por não traduzir as palavras do chinês, nem mesmo nas legendas em português. Ponto para o Brasil! O espectador sente-se como Roberto, que nada entende. Os gestos e o expressivo rosto do chinês “dizem” tudo.
A essa altura muita gente já viu Um Conto Chinês. Mas é daqueles filmes que não cansa e vale o repeteco. Quem não viu, corra. Pare tudo e vá ver!
Um Conto Chinês / Um Cuento Chino
CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!
Ficha técnica:
Direção: Sebastián Borensztein
Roteiro: Sebastián Borensztein
Elenco: Ricardo Darín, Ignacio Huang, Muriel Santa Ana e Javier Pinto
Ano: 2011
Duração: 100 min.
O filme é espetacular! Como todos os filmes que esse homem (Darín) faz. Vale o ingresso, a noite, a vida…