Coriolano
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Adaptar uma peça de Shakespeare para o cinema não deve ser tarefa fácil. A época era outra, os diálogos eram descritos de maneira diferente – pomposa – e cai-se sempre na luta de espadas. Ralph Fiennes tentou em Coriolano. E não conseguiu. O filme tem um gravíssimo problema: não adapta as falas dos personagens. Os diálogos são os usados em 1500. Aí fica muuuuiiiiiittttttoooooooo chato.
A confusão é enorme. Fiennes, fã confesso de Shakespeare, especialmente da peça Coriolano, não segue um padrão. Em vez de lutas com espada em riste, assistimos um enredo de guerra, nos tempos atuais, com armas e explosões em bairros degradados. Mas ao mesmo tempo a linguagem é de 500 anos atrás! Qual o motivo de o filme ser em um presente fictício, com uma cidade de Roma nada a ver com a real, mas as falas serem medievais?
Logo no começo o espectador se pergunta que diabos está acontecendo na tela. Se a pessoa não conhece a peça shakespeariana, está ferrada. Já vem uma batalha e um monte de gente falando enrolado. Aí aparece a tal Roma, com cidades vizinhas que nem de perto passam pela cabeça de alguém que esteja vivo.
É incrível como gente boa pode participar de uma porcaria. Fiennes é o protagonista; Jessica Chastain, Vanessa Redgrave, Brian Cox e Gerard Butler completam o elenco estrelar. Deve ser por querer interpretar Shakespeare ou ter uma tara por Ralph Fiennes. O roteirista John Logan poderia ter aproveitado esse tanto de gente boa.
Sou insistente e fui até o fim. Depois de pegar uma revista, mexer no celular, colocar a pipoca no micro-ondas, cheguei às cenas finais, que aí, com muita insistência, lembram algo bom. Mas não compensa a chatice de 95% do longa.
Coriolano / Coriolanus
CLASSIFICAÇÃO: NEM A PAU, JUVENAL!
Ficha técnica:
Elenco: Ralph Fiennes, Jessica Chastain, Vanessa Redgrave, Brian Cox e Gerard Butler
Duração: 123 min.
Ano: 2011
Direção: Ralph Fiennes
Roteiro: John Logan, baseado em texto de William Shakespeare
Gênero: Guerra