Ícaro
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Ícaro é a primeira produção da Netflix a receber um Oscar, em 2018. O documentário do cineasta e ciclista amador Bryan Fogel é realmente muito bom. Sorte da produtora e do diretor… sorte mesmo!
O sucesso do filme caiu no colo de Fogel. Ele inicia o longa-metragem incomodado por Lance Armstrong, o multicampeão do ciclismo profissional, nunca ter sido reprovado em testes antidoping até sua carreira desabar em 2013. Neste ano, provou-se que Armstrong se dopava desde 2004. Obviamente, havia uma falha no sistema… e o diretor Fogel, então, quer demonstrar, na própria pele, como isso é fácil.
Fogel acerta uma parceria com Grigory Rodchenkov, cientista que controla o laboratório de testes anti-dopping na Rússia. Ele seria o cara a indicar os macetes para não Fogel não ser pego nos testes após as provas. E não é que Rodchenkov, meses depois, vira figura central no escândalo do dopping russo estipulado pelo governo de Vladmir Putin?
A Wada, órgão responsável pelo política antidoping do Comitê Olímpico Internacional (COI), descobre que há fortes suspeitas de que o atletismo russo se dopava sistematicamente.
Mas era só o início do caso. Fogel vê na amizade recentemente construída com o cientista russo uma oportunidade. E aí o documentário vira, se transformando na principal via para que Rodchenkov entregue todo o esquema governamental para bombar os atletas russos, de todos os esportes.
Sem um estilo claramente definido, mas com um assunto candente, Ícaro pode não ter unidade narrativa, mas funciona bem pelo furo mundial que produziu. É a importância de se estar no lugar certo na hora certa.
Ícaro / Icarus
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Bryan Fogel
Gênero: Documentário
Ano: 2017
Duração: 110 min.