2 Coelhos

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Duca

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Quando um determinado gênero ou estilo de filme ficou restrito a uma região do planeta? Filme americano tem de ser com tiro, batida de carro, explosões. Filme iraniano tem de ser chato. Filme australiano, no deserto. Europeu, enigmático. Asiático, mudo. E brasileiro, com palavrão, mulher pedala ou crime em favela. Dividir o cinema em regiões A, B ou C é perda de tempo. 2 Coelhos chega para acabar com o estigma brasileiro no cinema, e avança. Encerra também a história de produção e pós-produção mambembe. É um ótimo filme, com a “cara” dos melhores blockbusters, efeitos visuais de primeiro mundo. E, redundantemente, brasileiro.

O longa de ação é, sim, claramente inspirado em produções hollywoodianas. Mas, também claramente, supera muitos dos grandes lançamentos americanos (tanto que caminha para ganhar uma versão nos Estados Unidos). Tem tiros, explosões e, acima de tudo, efeitos visuais incríveis! São todos de tirar o chapéu e, aos ufanistas, ter orgulho do Brasil.

Mas há muito mais: a história é ótima, cativante, com aquela surpresa final que quase todo mundo adora. O roteiro é fechadinho, bacana. E os atores mandam muito bem.

Alessandra Negrini (Julia) e Caco Ciocler (Walter) são os dois famosos. Há também Aldine Muller (mulher do deputado) e o rapper Thaide (Velinha, um bandido). Mas Marat Descartes (Maicon, o bandido-chefe) e o protagonista, Fernando Alves Pinto (Edgar), comandam as cenas. Descartes é, quase trocadilho, o destaque.

Tudo isso é mérito de Afonso Poyart, o roteirista e diretor, um publicitário que chega aos cinemas pela primeira vez (agora já irá dirigir Anthony Hopkins em Holywood). Não dá para abrir muito sobre o que é o filme. Mas, em poucas palavras, relata a história de um cara (Edgar) que quer matar dois coelhos com uma “caixa d’água só”: um corruptor e um grupo de bandidos. Será só isso?

Pode ser exagero dizer que o filme é um divisor de águas no cinema nacional, como o making-of lança. Mas, sim, é diferente. Diferente do que se padronizou para produções brasucas. Produzido para agradar o público e ganhar dinheiro? Que bom! Ou não se deve agradar o público? Dinheiro é consequência. O filme é a prova que rótulos estão aí para serem jogados no lixo.

2 Coelhos


CLASSIFICAÇÃO: DUCA


Ficha técnica: 
Direção: Afonso Poyart
Roteiro: Afonso Poyart
Elenco: Alessandra Negrini, Caco Ciocler, Fernando Alves Pinto, Marat Descartes, Neco Vila Lobos, Roberto Marchese, Norival Rizzo, Thogun, Thaíde, Yoram Blaschkauer, Robson Nunes e Aldine Muller
Ano: 2011
Duração: 106 min.
Gênero: Ação

Categorias: Ação
Tags: 2 Coelhos

Sobre o Autor

Comentários

  1. Danilo Vicente
    Danilo Vicente Author 30 julho, 2012, 14:08

    Tem razão, Dani. Bem lembrado. Concordo, sim. É o ritmo, os personagens, bem Guy Ritchie. Sobre ser um divisor, sei não se outros diretores não vão pensar que isso é "americanizar" o cinema brasileiro, uma besteira.

  2. Dani Sampaio
    Dani Sampaio 30 julho, 2012, 01:13

    Danilo, adorei o texto. Esperei por quase um ano o lançamento desse filme (o trailer já estava pronto, mas o filme ainda naquela fase de pré produção) e valeu a pena. Acho mesmo que ele é um divisor de águas no cinema brasileiro porque agora muito cineasta vai apostar nesse nicho, com um pouco menos de receio.
    Para mim ficou clara a referência de Guy Ritchie na obra de Poyart. Você concorda?

  3. Danilo Vicente
    Danilo Vicente Author 18 julho, 2012, 18:26

    Veja, Renata. É diferente do que estamos acostumados.

  4. Renata Rogatto
    Renata Rogatto 18 julho, 2012, 17:06

    Realmente eu penso que filme brasileiro tem o mesmo enredo sempre..mas quem sabe este muda a minha opinião. Vou ver.

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