Adeus, Minha Rainha

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Adeus, Minha Rainha começa no dia da Queda da Bastilha, 14 de julho de 1789, estopim da Revolução Francesa. Mas é mais sobre os três dias que antecedem a chegada dos revolucionários ao palácio de Versalhes, onde estavam rei, rainha e corte, do que sobre a tomada do símbolo da monarquia. Este é o grande acerto do filme, ao mostrar uma visão diferente do acontecido. Mas o grande erro é também este: só há esta visão, nada mais.
Na tela, a intimidade da corte atônita em Versalhes desnuda-se diante dos olhos de uma jovem serviçal. Ela é Sidonie Laborde, a leitora oficial da rainha Maria Antonieta. O cotidiano palaciano aponta para o abismo intransponível que separava nobres de plebeus. A rainha e seus próximos vivem em outro mundo.
A adaptação que Benoît Jacquot e Gilles Turand fazem do romance de Chantal Thomas costura aflições individuais com o pano de fundo histórico. E ainda indica um triângulo amoroso entre a rainha, sua leitora e a orgulhosa duquesa Gabrielle de Pontignac.
“No princípio desse filme, não queria mostrar na tela nada que não fosse do ponto de vista da Léa (Seydoux, que interpreta a leitora serviçal). Isso pressupôs que eu descarregasse nas costas dessa jovem atriz o filme inteiro, só com o pedido de que ela me devolvesse o filme no final”, afirmou Jacquot ao jornal Zero Hora.Ele quase conseguiu. O filme é quase todo a visão da protagonista. E ela está longe dos fatos, em um castelo em que pouco acontece. E aí falta, digamos, ação. O longa não anda. É lento. Vira um amontoado de cenas, uma atrás da outra sem qualquer emoção.
É um relato da história sob diferente ponto de vista. Ótimo. Mas fica longe de conquistar.
Adeus, Minha Rainha / Les Adieux à la Reine
CLASSIFICAÇÃO: ESPERE A SESSÃO DA TARDE
Ficha técnica:
Direção: Benoît Jacquot
Elenco: Léa Seydoux, Diane Kruger e Virginie Ledoyen
Gênero: Drama
Ano: 2012
Duração: 100 min.
Roteiro: Benoît Jacquot e Gilles Turand