Capitão Fantástico
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Capitão Fantástico é um filme estranho. E isso não necessariamente é ruim. Aliás, neste caso é algo bem positivo.
De início achei que viria um engodo sobre as benesses em viver ao ar livre, solto de amarras, na natureza (ok, tudo isso pode ser bom, mas não me parece apropriado para um filme de primeira). Mas aí vem uma virada incrível!
Pai de seis crianças, Ben educa os filhos sem contato com o mundo urbano. Em uma floresta, eles caçam, se banham no rio… mas também aprendem. Bem acerta na educação deles, super inteligentes e com uma base bem fundamentada. Mas a mãe deles (que pouco aparece na tela) morre. E aí a trupe decide ir ao velório, na cidade.
Há uma clara crítica a valores capitalistas e aos americanos, mostrando-os os cada vez mais gordos consumidores de hambúrgueres e com uma educação rasa nas escolas. Ben não mente para os filhos, em nenhuma situação.
Mas quando ele e família chegam à cidade, o filme inverte. Jack, o pai de Leslie, sogro de Ben, apresenta argumentos tão pertinentes ao condenar o estilo de vida da excêntrica família que o espectador se sente cúmplice de abuso infantil, dos riscos de morte, dos constrangimentos sociais aos quais os seis filhos são expostos.
Então, quem convenientemente estava concordando com Ben passa a duvidar. E essa discussão é o ponto alto do filme. Há os dois lados, bom e ruim. E cada espectador assume a sua posição ao final.
Capitão Fantástico / Captain Fantastic
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2016
Duração: 90 min.
Direção: Matt Ross
Roteiro: Matt Ross
Gênero: Drama
Elenco: Viggo Mortensen, George MacKay, Annalise Basso, Frank Langella, Samantha Isler, Nicholas Hamilton, Shree Crooks, Charlie Shotwell, Missi Pyle e Steve Zahn