Heleno – O Príncipe Maldito
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LIGIA SANCHES, enviada especial ao cinema
Em cartaz nos cinemas, Rodrigo Santoro vive “Heleno”, o craque de futebol das décadas de 1940/50, no Rio de Janeiro. Nascido em São João Nepomuceno, Minas Gerais (em 1920), Heleno de Freitas morreu em 1959, num sanatório em Barbacena/MG, após seis anos de tratamento contra a sífilis, doença que o destruiu física e mentalmente. Dirigido por José Henrique Fonseca, o filme, em preto e branco, com belíssima fotografa de Walter Carvalho, é uma boa cinebiografia do jogador talentoso, charmoso e de gênio irascível – especialmente com os companheiros de time, que julgava sem determinação e sem garra dentro do campo.
Com roteiro inspirado no livro “Nunca Houve um Homem como Heleno”, do jornalista Marcos Eduardo Neves, “Heleno” tem em Rodrigo Santoro (“Abril Despedaçado”, “Bicho de Sete Cabeças”, “Carandiru”, “Che” etc.) o ator protagonista que se joga por inteiro em cada papel. Para este filme, além de mergulhar na história do personagem, Rodrigo encarou meses de treino em futebol. Valeu. Um tanto parecido fisicamente com o ex-craque metido a galã, Rodrigo faz bonito na tela.
Mas quem foi Heleno? Filho de comerciante de café que também tinha negócios com chapéus e papel, Heleno frequentou boas escolas e formou-se pela Faculdade Nacional de Direito (UFRJ). No Rio de Janeiro de tempos áureos, frequentava o Copacabana Palace, dirigia uma Lamborghini e era conquistador. Tinha-se em altíssima conta, bradando suas certezas fosse no campo do Vasco, do Fluminense, do Boca Juniors, do querido Botafogo. O centroavante que berrava aos quatro ventos fazer, sozinho, a diferença no campo, não conseguiu conquistar o título para seu time preferido.
O espectador tem no filme, conduzido com boa mão pelo diretor José Henrique Fonseca, a oportunidade de saber algo sobre o futebol dos velhos tempos, mas, principalmente, conhecer a vida do um craque de destino trágico que tornou-se o primeiro “jogador problema” dos campos nacionais. Durante toda a carreira profissional, foi um prato cheio para as manchetes dos jornais.
Heleno – O Príncipe Maldito
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Gênero: Drama
Duração: 116 min.
Origem: Brasil
Direção: José Henrique Fonseca
Roteiro: José Henrique Fonseca, Felipe Bragança e Fernando Castets
Elenco: Rodrigo Santoro, Alinne Moraes, Angie Cepeda, Erom Cordeiro e Othon Bastos
Fotografia: Walter Carvalho
Quem tem a minha idade –33 anos – e gosta de futebol já deve ter ouvido falar de Heleno de Freitas. Jogador do Botafogo, mulherengo, galã… não muito mais que isso. É daqueles craques do passado que todos com mais de 60 anos têm na lembrança, mas que pouco aparece hoje em dia. Pudera, morreu aos 39 anos, em uma época que não existia vídeo, após adotar um estilo fulminante. É por isso que o filme Heleno chega em boa hora.
Só acho que falta ao filme a escolha de um tema para ser explorado.
Mas é uma boa homenagem ao “bad boy” dos anos 1940.
Vou esperar pela Sessão da Tarde!