Malu de Bicicleta

A história é sobre Luiz (Marcelo Serrado), paulista, bem sucedido empresário da noite e mulherengo. Ele pega todas e não se apega a nenhuma, até o dia em que sofre um atentado homicida de uma de suas conquistas e resolve passar uns dias no Rio de Janeiro.

Lá no calçadão ele é atropelado pela bicicleta de Malu (Fernanda de Freitas), carioca, solteira, descolada. E aí eles se apaixonam. Luiz está finalmente com o coração aberto e Malu é uma fofa. Eles juntam as escovas de dentes no apartamento de Luiz em São Paulo.

Aliás, Luiz “mora” no prédio dos meus sonhos na av. Higienópolis, mas isso só faz diferença pra mim, que acho que é mais uma semelhança entre eu e o Rubens Paiva e por isso deveríamos nos casar.

Enfim, morando juntos Luiz começa a ficar louco de ciúme de Malu e seu jeito desprendido de viver. Já li por ai que é uma referência ao ciúme doentio que apresentam os livros de Dom Casmurro e de Madame Bovary. Realmente tem uma cena no filme que desencadeia todo o ciúme de Luiz. No começo da piração ele encontra um pedaço de papel com umas frases de amor – a semelhança com o personagem de Dom Casmurro é essa: a dúvida doentia de ter ou não ter sido traído. O papel está dentro do Madame Bovary, esse eu não li então não sei se tem mais alguma coisa a ver.

O filme é leve, inteligente, tem bons diálogos, mas é só isso. Rio e Malu são sempre ensolarados e São Paulo e Luiz sempre frios e de cachecol.

Malu de Bicicleta foi dirigido por Flávio R. Trambelli e teve assinatura do Rubens Paiva no roteiro final. Em 2004 ele lançou o livro homônimo, muito mais legal que o filme. Talvez eu tenha gostado tanto do livro que achei que o filme nao fez justiça.

Ainda bem que Rubens Paiva é escritor e não cineasta.