The Rocky Horror Picture Show

The Rocky Horror Picture Show

Rating

5 out of 5
Pare tudo e vá ver!

Total

5
5 out of 5

Qual filme ficou mais tempo em cartaz? É The Rocky Horror Picture Show. Mas a pergunta não pode ser no pretérito. O musical, hoje cult, está há 38 anos sendo exibido em sessão da meia-noite em Nova York. E a audiência traja fantasias! Resolvi assistir. É sem dúvida um dos melhores filmes que já vi.

Abra a mente, esqueça a rigidez na avaliação do roteiro. O que vale neste filme trash é a diversão. Ele conta a história de um travesti que cria um ser humano em laboratório (uma espécie de Frankenstein maluco). Motivo: quer usá-lo (da maneira mais sexual que você imaginar). Por aí já se percebe o que vem. E embalado a muito rock, com músicas de primeira.

Adaptado de uma comédia musical de horror que estreou nos palcos britânicos em 1973, o longa foi o primeiro feito por um grande estúdio hollywoodiano (Twentieth Century Fox) para as sessões de cinema da meia-noite, horário destinado a produções de baixo orçamento, com conteúdo sexual e no qual o público levantava e dançava. Acertou em todos estes pontos!

A sequência de abertura, com uma boca com batom bem vermelho ganhando a tela toda (essa da imagem), já é marcante. Inspirada no quadro “Lips”, do artista Man Ray, a cena se tornou um ícone da cultura pop.

Foram usados os lábios da atriz Patricia Quinn, que no filme dá vida à empregada Magenta. A voz, no entanto, é de Richard O’Brien, escritor e compositor de todas as canções do musical – ele também atua, como o mordomo Riff Raff.

No teatro, a música era encenada com a exibição de trechos dos filmes antigos. Na adaptação para o cinema, a ideia foi descartada porque ficaria caro adquirir os direitos de cada produção.

O filme é todo uma homenagem aos clássicos de ficção científica das décadas de 1930 e 1950. Em especial, aos filmes B do gênero. A música cantada pelos lábios, Science Fiction/Double Feature, já solta série de referências a filmes como O Dia em que a Terra Parou (1951), Flash Gordon (1936), King Kong (1933) e Tarântula (1955).

The Rocky Horror Picture Show foi o primeiro filme do ator Tim Curry, que assumiu o papel do cientista que Mick Jagger estava cotado. Um lance que garantiu o personagem mais marcante de sua carreira. Depois ele só fez filmes de segundo escalão. Susan Sarandon, essa, sim, uma estrela do cinema, é a protagonista feminina, linda. Forma com Barry Bostwick um casal de namorados que pede abrigo em um castelo abandonado, onde encontram o cientista travesti (Tim Curry) e serviçais um tanto quanto estranhos. Estranhos sim, mas alegres.

É um clássico. Um filme insano, é verdade. E que não deve agradar muita gente. Lembrou-me muito o desatino de Laranja Mecânica, mas em um filme gay, que imagino revolucionário para a metade da década de 1970.

Banido na África do Sul, no Brasil entrou só cinco anos após o lançamento nos Estados Unidos. Quanta besteira!

A obra sobrevive até hoje, com fã-clubes espalhados pelo mundo. Novas encenações em teatro e encontros com os atores movimentam o mundo de aficionados, ao estilo Jornada nas Estrelas e O Grande Lebowski (também sensacionais). Há uma sequência – Tratamento de Choque – que não é exatamente a continuação da história original. Mas foi um fiasco de bilheteria.

Concentre-se neste The Rocky Horror Picture Show, mas esperando ver de tudo um pouco. A mente aberta vai garantir uma ótima diversão.



The Rocky Horror Picture Show 


CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER! 


Ficha técnica: 
Ano: 1975
Duração: 100 min.
Direção: Jim Sharman
Elenco: Tim Curry, Susan Sarandon, Richard O’Brien, Meat Loaf e Charles Gray
Gênero: Musical
Roteiro: Jim Sharman e Richard O’Brien (autor da peça teatral)

Categorias: Drama

Sobre o Autor

Escreva um Comentário

Seu endereço de e-mail não será divulgado.
Campos obrigatórios*