Virunga
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O que faz um príncipe da Bélgica colocar sua vida em risco para salvar um parque e seus gorilas no Congo? “Colocar a vida em risco” não é força de expressão. Emmanuel de Merode foi vítima de uma emboscada e só não morreu com tiros no abdômen e no peito porque reagiu à bala. Virunga, documentário da Netflix que concorreu ao Oscar em 2015, mostra a importância dele na defesa do Parque Nacional Virunga, o primeiro parque nacional do continente africano, considerado patrimônio mundial pela Unesco.
Merode, o diretor do parque, é o protagonista do filme (seu título de príncipe, aliás, é devido à uma classificação diferente que os belgas têm). Mas outros três personagens também são mostrados como heróis: os congoleses Rodrigue Katembo, chefe dos vigias do local, André Bauma, cuidador dos gorilas, e uma jovem jornalista francesa, Mélanie Gouby.
Mais do que a defesa da natureza, em especial dos gorilas, o documentário aborda a triste situação do Congo. A corrupção de oficiais locais e o caos instaurado no país com os conflitos entre tropas do governo e o exército rebelde do grupo M23 norteiam o passar dos minutos.
Nos últimos anos, conta o longa, nada menos de 140 funcionários do parque foram mortos, a maioria defendendo civis que moram por ali. Eles andam armados e, abandonados pelo exército, se transformam em um terceiro grupo em meio à guerrilha.
Virunga mistura jornalismo de guerra, mostrando tropas do M23 invadindo cidades, com passagens mais bonitas, como a relação de afeto do ambientalista André Bauma com os gorilas (como na foto acima), que montam nele, o abraçam e sofrem com os tiros. Um belo documentário.
Virunga
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Ano: 2014
Direção: Orlando von Einsiedel
Duração: 90 min.
Gênero: Documentário
