Pinóquio de Guillermo del Toro
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Confesso que estava com preguiça. Assistir novamente à história de Pinóquio não me animara. Mas Guillermo del Toro tem crédito. Acreditei nele e me dei bem. Pinóquio do diretor mexicano é uma obra-prima.
A ideia por trás da animação não é apenas recontar as aventuras do personagem titular. Há um viés mais sombrio e um contexto político histórico. Del Toro une forças a Mark Gustafson e leva o personagem e Gepeto, o carpinteiro seu criador, à Itália fascista em guerra. Gepeto perde precocemente o filho Carlo, vítima de uma bomba que cai sobre a pequena cidade em que vivem, bem na igreja em que o carpinteiro produzia uma imagem de Jesus Cristo crucificado.
Gepeto se afunda no luto, bebendo. Em uma noite, envolto pela sensação de desespero pela perda de Carlo, derruba um pinheiro e constrói um boneco de madeira que, pouco depois, ganha vida pelos poderes místicos da Fada da Floresta.
O Pinóquio de Del Toro é incompleto. Gepeto o constrói alcoolizado. É rude, não tem a estética definida pela Disney no clássico dos anos 1940 (a história clássica é de Carlo Collodi). A vida de ambos nada tem de conto de fada. A não ser o próprio Pinóquio, que, inocente, ao tentar ajudar seu criador, é levado por uma trupe circense, em um esquema análogo à escravidão.
O filme foi desenvolvido em Stop-Motion, o que lhe dá uma beleza avassaladora. Del Toro já provou inúmeras vezes o quão competente é. Sua dedicação de anos a uma história já batida resulta em uma animação certamente das mais belas e profundas já produzidas. Não à toa o título completo do filme é “Pinóquio de Guillermo del Toro”.
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Pinóquio de Guillermo del Toro
CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER!
Ficha técnica:
Direção: Guillermo del Toro e Mark Gustafson
Ano: 2022
Gênero: Animação
Duração: 117 min.
Elenco (vozes): Gregory Mann, Ewan McGregor, David Bradley, Tilda Swinton, Christoph Waltz, Cate Blanchett, Ron Perlman e Finn Wolfhard
