Intocáveis
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A história de um milionário tetraplégico que conta com os cuidados de um imigrante senegalês recém-saído da prisão é o filme francês de maior sucesso no mundo, em todos os tempos. Intocáveis já tem público de 23 milhões de pessoas nas salas internacionais, deixando para trás O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Acaba de estrear no Brasil com altos elogios. Todo mundo que assistiu, gostou. Ok, depois de ouvir tantos agrados, não achei o melhor filme de todos os tempos. Mas, sim, é muito bom.
O longa dos diretores e roteiristas Olivier Nakache e Eric Toledano mostra a relação entre um homem rico e branco (tetraplégico) com um homem pobre, negro e do Senegal (além de recém-saído da prisão). É um retrato atual da França – e da Europa -, marcada pela relação tensa com os imigrantes oriundos das ex-colônias africanas.
Mas esqueça qualquer vestígio de drama. É um filme leve, puxando para o humor, sobre amizade. Os atores François Cluzet e Omar Sy — o primeiro negro a vencer o Cesar (importante prêmio do cinema francês) – estão magníficos (na verdade, todos no filme), especialmente o premiado Omar Sy, que tem um sorriso e uma espontaneidade cativantes.
Inspirado na história real contada no livro O Segundo Suspiro, de Philippe Pozzo Di Borgo (ele mesmo o protagonista da história), é daqueles enredos inspiradores, que “deixam a mensagem”. Antes de virar Intocáveis, a história já havia sido um bem-sucedido documentário de 2004 (À La Vie, À La Mort). Vou atrás dele.
Intocáveis não é totalmente fiel à história real, a começar pelo protagonista, que na vida real é branco e no filme virou negro. Mas nem precisava. É baseado no encontro dos dois homens, com adaptações que segundo o Philippe real, acertaram o tom.
Ao sair do cinema, fiquei lembrando de O Escafandro e A Borboleta, comparando os dois longas franceses. Este, sim, é dramático, e me impressionou mais. São mensagens expostas de maneiras diferentes, mas sempre sobre superação e, no fim das contas, a vida. Acabei gostando mais de O Escafandro, mesmo achando este muito bacana.
Fica a mensagem de Philippe. Perguntado pelo site da revista Veja sobre o que havia mudado em sua vida com a tetraplegia, ele respondeu: “Muitas coisas. Primeiro de tudo, ver o mundo de uma cama ou de uma cadeira de rodas não é o mesmo que vê-lo em pé. Eu descobri que eu era frágil, não era eterno, e que o tempo contava. Mas, especialmente, que a dor me deixa desconfortável e que, portanto, cada momento que eu me sinto bem tem que ser completamente aproveitado. Eu não gasto meu tempo em coisas desnecessárias. Ser totalmente dependente dos outros requer que você seja agradável com eles, do contrário, eles me esquecerão. Antes do acidente, eu costumava usar muito a minha influência para conseguir o que eu queria. Não é a melhor maneira e a sociedade seria muito mais agradável se nós pedíssemos as coisas gentilmente. Eu aprendi a ser paciente, especialmente durante as noites longas de insônia, e a conviver com o silêncio”.
Intocáveis / Intouchables
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Eric Toledano e Olivier Nakache
Elenco: François Cluzet, Omar Sy, Anne Le Ny e Audrey Fleurot
Gênero: Comédia
Ano: 2011
Roteiro: Olivier Nakache e Eric Toledano
Este entrou pro meu top 5. Amei tudo que vi e ouvi! Fazia tempo que um filme não mexia tanto comigo. Gostei bem mais do que "O Escafrando e a Borboleta", justamente pela leveza.
Bom, gosto dos três: Amélie, A Borboleta e os Intocáveis. Cada um no seu estilo, mas todos muito bons em suas propostas.
Mas acho que ainda prefiro o primeiro, apesar de ter dado gargalhadas com o terceiro, coisa rara ultimamente…