King Richard – Criando Campeãs

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Seis indicações ao Oscar 2022 deveriam credenciar King Richard: Criando Campeãs como um dos melhores filmes da temporada. Uma das indicações é para Will Smith, que vive Richard Williams, pai das tenistas Venus e Serena, entre as maiores de todos os tempos no esporte. A nomeação de Smith ao Oscar é justa. Porém, as demais são um exagero. O filme é bom, mas está longe de ser um dos principais do ano.
O que se vê em tela é a insistência de um pai em transformar duas de suas filhas em estrelas do tênis. Richard se orgulha de dizer que tinha um plano para as meninas antes mesmo de elas nascerem. Ele as leva ao ápice seguindo ponto a ponto de sua estratégia, desde os treinos diários na quadra pública até a busca por um treinador de primeira.
King Richard está concorrendo nas categorias filme, ator, atriz coadjuvante, edição, roteiro original e canção original. É inegável que a história de Richard, Venus e Serena pedia um roteiro de Hollywood. Um cidadão que nunca jogou tênis vê na TV que o prêmio em dinheiro em um torneio é quase o que recebe anualmente em seu trabalho. Junto com sua esposa, traça uma rota de sucesso às suas filhas. Dá muito certo, uma se torna a número um do mundo e a outra disputa as indicações de melhor da história.
O problema do longa é que a caminhada de Richard é sempre positiva. Seus erros passam em velocidade alucinante, difíceis de compreender. Por exemplo, só se sabe que ele teve um filho fora do casamento quando o casal principal briga. Mais: o roteiro não explica que as outras três irmãs que convivem com Serena e Venus são do primeiro casamento da mãe.
Há ainda uma opção por destacar Venus na história. Ela foi a primeira a ter sucesso, a começar aparecer como estrela no tênis. Mas é Serena quem, na vida real, é tida como a maior da história por muitos. De determinado momento em diante, ela é esquecida pela história da obra.
O roteiro é baseado em relatos do próprio Richard (no livro Black and White: The Way I See It) e de Serena (no livro On The Line). Daí se tira a conclusão da visão parcial na tela. Porém, Sabrina Williams, irmã da dupla de tenistas, já detonou a produção. “É uma comédia, não? Como você pode fazer um filme contando metade da história?”, pergunta. “Tudo começa de repente, com o pai e sua nova esposa e suas crianças, como se nada tivesse acontecido antes”.
É uma opção do roteirista Zach Baylin, mas uma opção falha.
Will Smith está forte nas apostas para receber o Oscar. Ele é o destaque o longa. Até no olhar ele entrega um personagem com contradições. Aunjanue Ellis, que concorre a atriz coadjuvante, manda bem, mas tem pouco espaço no longa para brilhar.
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King Richard: Criando Campeãs / King Richard
CLASSIFICAÇÃO: VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 2022
Duração: 144 min.
Gênero: Drama
Elenco: Will Smith, Jon Bernthal, Saniyya Sidney, Demi Singleton e Aunjanue Ellis
Direção: Reinaldo Marcus Green
Roteiro: Zach Baylin