V de Vingança
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Tenho um amigo que chama esse filme de B de Bobagem. Eu discordo. É o melhor filme de heróis nascidos em histórias em quadrinhos. Já vi repetidas vezes e sempre começa mal, mas, após os 20 ou 30 minutos iniciais, pega fogo. Na verdade, explode… quase que literalmente.
Prepare-se para ver um filme diferente. V de Vingança (ainda bem que em português calhou de vingança começar com “v”) exalta um terrorista conhecido como Codinome V, especialista em bombas, cujo rosto sempre aparece coberto por uma máscara com sorriso delineado (este do cartaz acima). A história é jogada para o futuro, em 2020. Um ditador fascista governa a Inglaterra com repressão e táticas de comunicação televisionadas. A censura impera e não dá espaço a manifestações. Mas para comemorar a data que Guy Fawkes tentou explodir o parlamento inglês, em 1605, V resolve atacar.
No início dos anos 1980 a dama de ferro Margareth Tatcher serviu de inspiração para o mestre dos quadrinhos Alan Moore. E o filme segue o roteiro por ele criado, batendo nos políticos e tratando-os como corruptos. Mas os roteiristas Andy e Larry Wachowski pegam mais leve. Aliás, a dupla faz parte de um time cultuado no cinema: V de Vingança reúne a equipe criativa responsável pela trilogia Matrix. Seus responsáveis são o produtor Joel Silver e os irmãos roteiristas, que abriram mão da direção, deles em Matrix, para cuidar apenas da história. Atrás das câmeras, James McTheigue, assistente de direção de Matrix. O ator que faz V é Hugo Weaving, o agente Smith da trilogia.
Estes são os caras que fazem de V de Vingança um épico dos filmes com origem em HQs. Eles acertam na mosca. E têm a companhia de Natalie Portman, responsável pela personagem jovem que sofre e admira o vingador.
Não vou contar aqui o fim, mas é menos pesado que nas HQs. E há adaptações. O filme, pode acreditar, não pretende incitar a violência, nem a explosão de prédios públicos. Mas, sim, a revolta contra a política corrupta.
Alguns fãs de quadrinhos odiaram as adaptações no roteiro – disseram que foram grandes. O que não perceberam, porém, é que não ficaram ruins. Pelo contrário. O filme seria de cortar os pulsos se não pegasse mais leve que os quadrinhos.
Dois pontos cruciais do filme: música e “clima”. A trilha sonora é sensacional. Tem Tchaikovski, Rolling Stones e Sex Pistols. E nos momentos certos. O “clima” é sempre de tensão, com efeitos de câmeras lentas e cenários escuros. Há incríveis monólogos e diálogos, uma colagem furiosa de um quebra-cabeça das culturas pop e erudita. São versos de Shakespeare, passagens de George Orwell, quadros de Max Ernst. Posso apostar: se estes caras estivessem vivos teriam V de Vingança na prateleira de filmes preferidos.
Ficha técnica
V de Vingança / V for Vendeta
CLASSIFICAÇÃO: PARE TUDO E VÁ VER
Cara, acertaram a mão nessa adaptação. Acho q só o Alan Moore q ranhetou, mas ele é ranheta pra vida, então, tanto faz…
Mto bom, trilha excelente, a Natalie Portman mandando bem e o Agente Smith do Matrix segurando o filme inteiro embaixo da máscara.
Vc é como meu amigo, que achou B de Bobagem. Muita gente acha isso. Mas eu adorei!
E olha que já vi mais de uma vez, e em todas gostei.
Puxa Danilo, odiei esse filme. E olhe que vi no cinema e adooooooro quadrinhos. Mas você falou tão bem dele que vou tentar dar uma segunda chance.