Anomalisa

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Charlie Kaufman é o cérebro por trás de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Quero Ser John Malkovich, filmes que o credenciaram como roteirista do primeiro time em Hollywood, sempre com a marca de “diferente, meio pirado”. Mas é ele também o responsável pelo péssimo A Natureza Quase Humana. Agora chegou com sua primeira animação, Anomalisa. Dá pra dizer que tem a sua cara.
Anomalisa é dirigido e roteirizado por ele. É uma animação para lá peculiar. Talvez a mais pitoresca animação já produzida. Na trama, Michael é uma celebridade do mundo corporativo de atendimento ao cliente (estranho? É Charlie Kaufman). Autor de um livro de sucesso sobre o assunto, está de passagem, por uma noite, pela cidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, onde tem uma palestra agendada. Casado e com filho, o homem tenta reencontrar uma antiga namorada. Mas acaba mesmo se envolvendo com uma fã, a tímida Lisa (cujo nome já dá uma pista do título), em detrimento da amiga dela, também fã e muito mais a fim de Michael.
É uma animação adulta. Há cena de sexo, sem pudor. O desenrolar do longa mostra um mal-estar contemporâneo, um incômodo com a vida, uma falta de objetivo. Ou, no fim das contas, o encontro de um prazer fugaz.
O filme conta com apenas três nomes no time de dublagem. Não é à toa. Lisa é a única a ter voz feminina, mesmo com muitas personagens mulheres.
Anomalisa é um filme mais acessível do que, por exemplo, Sinédoque Nova York. Mas peca por não avançar. Mostra um mundo sem reviravoltas, sem avanços. É a vida simples, como ela é. Mas isso torna o filme um tanto enfadonho. Não que seja ruim. Mas não é o melhor com Kaufman no roteiro.
Anomalisa
CLASSIFICAÇÃO: ATÉ VALE O INGRESSO
Ficha técnica:
Ano: 2016
Duração: 91 min.
Direção: Charlie Kaufman e Duke Johnson
Elenco (vozes): David Thewlis, Jennifer Jason Leigh e Tom Noonan
Roteiro: Charlie Kaufman
Gênero: Animação