Há Tanto Tempo que Te Amo

Há Tanto Tempo que Te Amo

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Contido, o francês “Há Tanto Tempo que Te Amo” acompanha o processo de reinserção social de Juliette Fontaine (Kristin Scott Thomas), uma ex-presidiária que acaba de cumprir 15 anos de prisão.

E desde o minuto inicial o diretor assume a missão de transmitir ao espectador as exatas sensações, angústias, dúvidas e ansiedades experimentadas pela personagem. Esse objetivo, cumprido com maestria, fica claro a partir da fotografia, em tons acinzentados, dos longos silêncios contemplativos e dos closes na fisionomia da atriz Kristin Scott Thomas, que está divina no papel (indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz).

O motivo de sua prisão é revelado logo no início. E a repulsa do espectador é inevitável. Mas o enredo não se propõe a discutir a moral da personagem. A câmera se concentra em assistir e compartilhar a longa batalha diária que Juliette enfrenta: voltar para uma sociedade completamente modificada, para uma cidade estranha, para a casa da irmã da qual se separou ainda criança, e recomeçar a sua vida após o crime que cometeu. O enredo pode parecer clichê, mas o enfoque, nos sentimentos da personagem, leva o filme para a área do emocional e não do prático.

A história e as nuances de Juliette são reveladas aos poucos. E a sua construção é muito honesta, oscilando entre ríspida e delicada. O filme se passa no ritmo certo e aos poucos o espectador passa a se identificar com a personagem, que mesmo tendo cometido um crime bárbaro, desperta certa ternura. Esse dilema moral (você começa a gostar dela, mas não se pode gostar de alguém que fez o que ela fez) que o filme joga para o espectador é parte da sua força. E pode, ou não, ser resolvido no final.

Ficha técnica


Há Tanto Tempo que Te Amo

CLASSIFICAÇÃO: DUCA

Diretor: Philippe Claudel
Elenco: Kristin Scott Thomas, Elsa Zylberstein, Serge Hazanavicius, Laurent Grévill, Frédéric Pierrot, Claire Johnston, Jean-Claude Arnaud.
Produção: Yves Marmion
Roteiro: Philippe Claudel
Duração: 115 min.
Ano: 2008
Gênero: Drama

Categorias: Drama

Sobre o Autor

Comentários

  1. Danilo Vicente
    Danilo Vicente 22 agosto, 2011, 20:55

    Ai, cacilda. Estava com o texto quase pronto e vi que a Diana postou.

    É um drama, bem ao estilo francês, com muito silêncio, muitas falas não ditas e algo de errado que está para surgir.

    É uma sucessão de “por quês”, respondidos em doses homeopáticas.

    Kristin Scott Thomas (O Paciente Inglês, Partir, Missão Impossível, Quatro Casamentos e Um Funeral…) realmente está arrepiante.

    O único momento em que Juliette parece ganhar um pouco de alívio de toda a culpa que carrega aparece quando ela se depara com uma nova tragédia, a morte de uma pessoa cada vez mais próxima. Alí o peso do passado sai das costas da personagem, pois ela aceita a complexidade do mundo, a falta de controle sobre o dia a dia.

    Este filme não foi ao Oscar porque os franceses apostaram em Entre os Muros da Escola, que me dá uma certa preguiça em assistir. Neste mesmo ano a obra-prima japonesa A Partida venceu. Está aqui no blog, assista.

    É bom esperar até o meio de Há Tanto Tempo que Te Amo … aí, não tem jeito, o espectador vai até o fim.

    Ah, e é DUCA mesmo.

  2. Diana Medeiros
    Diana Medeiros 11 novembro, 2009, 18:26

    Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Vê-se o motivo pelo qual você ganhou o título de pândego do apagão.

  3. Danilo Vicente
    Danilo Vicente 11 novembro, 2009, 18:21

    Diana aprendeu a colocar a ficha técnica!!!

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