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Shame é um filme sobre obsessão. Especificamente, sobre obsessão em sexo. Mas não se trata de alguma produção pornográfica, nem de uma comédia. É um filme sério, sobre um problema que acaba com a vida de um homem. É algo que foge do controle dele, que o torna infeliz, que o faz sentir-se mal. Raras vezes o cinema retratou com tanta angústia uma obsessão.
Brandon (Michael Fassbender, segundo protagonismo no segundo filme de Steve McQueen) é um cara bem sucedido em Nova York. Tem dinheiro, é bonito, se veste bem. Não precisa se esforçar para dormir acompanhado. Mas é infeliz. É perturbado com seus pensamentos, que se transformam em ações. Seu mais longo relacionamento durou quatro meses. Na verdade, ele não consegue se relacionar.
Logo de cara, na primeira cena do filme, Brandon desfila pelos corredores de seu apartamento. Uma sequencia estranha atordoa o espectador. Ele vai ao banheiro, urina, depois caminha em direção à câmera, em cena de nu frontal que revela o órgão sexual. E a câmera lá, mostrando tudo. Os minutos passam e ele continua pelado. Mas em seguida começa a “saga” do protagonista.
Os problemas de relacionamento de Brandon, aparentemente, são resolvidos durante a prática do sexo, tendo em vista que é um amante incontrolável. Mas ele só consegue transar se não houver afeto. Pela internet, pessoalmente, sozinho… o cara só se satisfaz se não houver qualquer sentimento envolvido.
A rotina de viciado em sexo de Brandon é abalada quando sua irmã Sissy (Carey Mulligan) aparece de surpresa e pretende morar com ele. Ela também tem lá o seu problema. No caso dela, é a falta de afeição que aparece.
Os dois caminham para o fundo do poço, juntos, com uma imagem triste e cruel do sexo. O que motivou essa insatisfação com a vida nos dois? O espectador decide.
Shame
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Steve McQueen
Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan e James Badge Dale
Gênero: Drama
Ano: 2011
Duração: 99 min.
