Chico Xavier – O Filme
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A religiosidade do povo brasileiro já conduziria de qualquer maneira Chico Xavier – O Filme ao sucesso. Teria de ser muito ruim para não “pegar”. Mas, pelo contrário, a qualidade é um bom motivo para assisti-lo.
Todo mundo já conhece a história da mediunidade de Chico Xavier – quem não conhece, pelo amor de Deus!, vá se informar. Mas poucos sabem sobre sua infância e juventude. E nestes pontos o filme, baseado no livro As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior, vai muito bem.
Chico completaria 100 anos agora em 2010. Morreu aos 92 anos, no dia em que a seleção brasileira de futebol foi pentacampeã. E uma história de 92 anos poderia ficar looonnnga. Mas não. As idas e vindas no tempo provocam agilidade à história.
Para contar essa trajetória são utilizados três atores: Matheus Rocha, Ângelo Antônio e Nélson Xavier. O último, incrível, tem uma semelhança física enorme com Chico, além de seu sobrenome. Se eu fosse o ator, verificaria esta árvore genealógica.
É dele um dos melhores momentos do filme, quando é inserido com mais força humor à história – sim, o filme tem alguns toques de humor muito bem colocados (especialmente com o padre interpretado por Pedro Paulo Rangel). O desfecho com os personagens de Tony Ramos e Christiane Torloni – que põem em dúvida a veracidade de Chico – é o ponto alto da trama.
O ponto baixo fica por conta de Emmanuel, o guia espiritual de Chico. Ele é chato, até mesmo arrogante. Mas fica, claro, difícil compará-lo com o original.
Um bom filme, que agrada pessoas de qualquer religião – ou, pelo menos, assim deve ser, pois é leve. Vale bem o ingresso. O diretor Daniel Filho, que faz obras de primeira e porcarias absurdas, acertou a mão, desta vez ao lado de Cris D’Amato, como, justiça seja feita, fez em grande parte de sua carreira (as porcarias são minoria).
Chico Xavier – O Filme
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Daniel Filho e Cris D’Amato
Produção executiva: Julio Uchôa
Roteiro: Marcos Bernstein
Elenco: Nelson Xavier, Ângelo Antônio, Matheus Costa, Tony Ramos, Christiane Torloni, Giulia Gam, Letícia Sabatella, Luís Melo, Pedro Paulo Rangel, Giovanna Antonelli, André Dias, Paulo Goulart, Cássia Kiss, Cássio Gabus Mendes e Rosi Campos
Gênero: Drama
Duração: 124 min.
Renata, o filme não é um documentário que queria provar que ele era um médium poderoso, mas sim uma história de vida. Acredito que o diretor estava mais preocupado em mostrar o lado humano de Chico do que o sobrenatural de sua mediunidade. Se tivesse feito isso, o filme seria chato. E tem mais: o Chico nunca se preocupou em provar que era realmente um médium especial, talvez o filme tenha feito juz à história da vida dele. E talvez também o filme não atraísse tanta gente.
Bom, eu discordo de todos vocês. Achei o filme extremamente raso. A vida de Chico foi muito além do retratado, ele sofreu muito mais que aquilo. Acho que poderia explorar mais exemplos do que os da carta para a mãe cujo filho morreu, embora tenha sido o mais emblemático. Mais uma vez, filme brasileiro não dá!
Concordo com o post e, principalmente, com a observação da Angélica. Penso que por conta da leveza do filme, o comportamento mais severo do guia espiritual choque. Li a biografia e, tirando os excessos inerentes do cinema, Emanuel aparece realmente como um homem bastante austero. De qualquer forma, confesso que assisti ao filme sem qualquer pretensão, já que normalmente torço o nariz para a Globo Filmes. Desta vez, fui surpreendida. Chico é um bom filme.
Mais uma vez eu acerto, Renata…rs. Brincadeira… o filme é bacana mesmo. E olha que eu não sou fã dos filmes brasileiros, hein. E este tem mais de duas horas! Mas passa rapidinho… bem legal.
Concordo com os dois, exceto pela parte do guia espiritual. Ele não estava aqui para divertir o Chico Xavier, mas para orientá-lo a seguir uma vida de disciplina. Ele realmente não poderia ser displicente ou "humorista". Mas concordo com o Danilo que fica difícil comparar com o original.
Danilo, há tempos não concordávamos, mas no Chico Xavier tivémos as mesmas impressões. Achei o filme mto bem feito – poderia ser chatíssimo – ri, chorei de emoção e de compaixão, e ainda achei que poderiam ter colocado um Emanuel mais gente boa, mas a forma como a relação deles vai se desenvolvendo, ficou sensacional. E a cena do avião é impagável. Assino embaixo do seu comentário!