À Deriva

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Assisti À Deriva no Festival do Cinema Nacional e ainda que eu exercite diariamente meu lado ranzinza, não dá pra falar tão mal assim de um filme que custou R$ 2 (bem menos que a pipoca e o estacionamento).
Começo dando um alerta para as menininhas que têm posters do Cauã Reymond afixados na porta do armário: Ele mal aparece! Lamento, mas terão de esperar por uma eventual aparição Global.
O fato é que o filme é carente daquele frio na barriga que a gente sente quando encontra a avó no corredor de madrugada indo ao banheiro ou mesmo em um grande filme. Não rola. Sem grandes atuações, sem grandes diálogos, sem grandes cenas. Fotografia sensacional. E só.
No mais, o filme restringe-se a contar bem uma história cotidiana. Mais do mesmo mesmo. O pano de fundo é a separação de um casal, mas o foco mesmo fica a cargo das transformações da filha mais velha por conta do inbróglio familiar. Pela carência de um olhar minimamente inovador sobre os fatos, fiquei à deriva de grandes emoções.
Não chorei, não me irritei, não me inconformei e me peguei olhando no relógio mais de uma vez (atitude típica de quem está entediado – minha terapeuta faz isso comigo sempre e fico bem chateada). Não houve também cenas patéticas e nem atuações que mereçam arremesso de tomates.
Casamento, traição, família, filhos e desamor. O despertar para a vida adulta, a perda da inocência. Rotina em grande parte das famílias, olhar óbvio sobre os fatos. Exagerei no sal da pipoca, mas a vontade era de jogar na tela. Faltou tempero.
Acontece muito. O trailler é melhor que o filme. Criei expectativas e acabei me desapontando um pouco. Bastante. Apesar de achar que faltou muito, fico com a sensação de que o cinema brasileiro está mesmo cada vez melhor. Impressionante os enquadramentos. Impressionante a fotografia. Linda.
Com tantos filmes excelentes em cartaz, acho que vale esperar sair na locadora pra conferir…(Não precisa esperar passar na Sessão da Tarde, o filme não é ruim)
Trata-se da história de uma família, cujo amor dos pais não anda lá muito bem das pernas. Três filhos, uma bela casa de praia, um clima familiar gostoso. Mas a cumplicidade e a confiança já não são as mesmas entre o marido Mathias (Vincent Cassel-gringo) e a mulher Clarice (Deborah Bloch-sempre muito bem). O clima não consegue passar incólume nem ao olhar das crianças, que começam a perceber a crise do casal. A vida da filha mais velha Filipa (Laura Neiva) é afetada pelo desequilíbrio familiar e a trama se desenrola sempre mantendo a menina como fio condutor dos desvaneios e desilusões dos pais.
Sexualidade e sensualidade transbordam durante grande parte do tempo.
Nota 6
Ficha técnica
À Deriva
Brasil, 2009
Duração: 103 min
Gênero: Drama
Direção: Heitor Dhalia
Roteiro: Heitor Dhalia
Elenco: Laura Neiva, Vincent Cassel, Débora Bloch, Camilla Belle, Cauã Reymond e Duvivier
Lembrei de mais um ponto do filme: o português fluente do francês Vincent Cassel, de Cisne Negro (o diretor da peça) e Irresistível (um dos dois que corre atrás do estuprador). Ele aprendeu o idioma por ser apaixonado pelo Brasil. Bacana…
Gente, comparado com os filmes brasileiros de antigamente, À Deriva é uma obra-prima! É que estamos ficando mais exigente. rs…
O filme tem tudo para ser muito bom, só que não desenvolve e acaba ficando na média. Mas ainda assim é bom.
Assisti À Deriva. É exatamente o que você descreveu, Flávia. Exatamente. Só a nota que achei exagerada. Eu daria 3 ou 4, no máximo! Filme sem sal, realmente. Só a fotografia salva.
E pensar que é do mesmo cara, Heitor Dhalia, que fez O Cheiro do Ralo…
ahh eu gostei desse filme!
Hummm…vamos montar o ranking…
Sugestões da Mariana, que trabalha comigo
Ótimo – Pare tudo e vá ver
Bom – Duca
Regular – Até vale o ingresso
Ruim – Espere a Sessão da Tarde
Péssimo – Nem a pau, Juvenal
Adorei Danilo, mas vamos ter que criar os critérios. Quer sugerir um ranking?
Nota é sacanagem!!! As coisas ficam mudando!!!!
O que acham de em vez de nota colocamos uma avaliação mais "da gente": "bom pra cacete", por exemplo.
O que acham?
Meu Deus do Céu, Flávia Braz começou a dar notas para os filmes!!! Se essa moda pega…
Mas vamos lá:
Gosto de histórias corriqueiras, recortes de um cotidiano qualquer, possíveis nas salas de qualquer classe média. Vi o filme e acho que merece uma notinha melhor. A fotografia é linda, os enquadramentos absurdos e só por isso já merecia um 7, para ficar na média e passar de ano. Você tem razão em dizer que não é um graaaaande filme. Mas achei um bom filme.
Acho que o diretor foi muito feliz ao retratar os dilemas de cada personagem com o fundo familiar sempre muito evidente. No mais, é uma historinha bem contadinha que, na minha opinião, merece ser vista. Achei um filme gostoso.
E estou aqui pensando em mais argumentos só pra discutir com você… mas me fugiram. É isso!