Tempos de Paz
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Estou em tempos de paz com o cinema brasileiro. Depois de assistir a Tempos de Paz, então, sou só elogios. Baita filme! Filme? Sim, mas também uma peça de teatro (muito bem) filmada.
Dan Stulbach e Tony Ramos são os protagonistas. O longa é todo em cima dos dois. Em 90% do tempo estão lá, em cena, em um cenário, como no teatro – mas com filmagem de cinema dos bons, não como de vez em quando assistimos por aí, com uma câmera paradona. Mas não são apenas os dois que tem méritos. Daniel Filho, o diretor (que também atua), viu a peça Novas Diretrizes em Tempo de Paz e percebeu que poderia gerar um tremendo filme. Acertou na mosca. Contou com a ajuda de Bosco Brasil, o diretor da peça que virou o roteirista do filme.
Stulbach interpreta Clausewitz, um agricultor polonês que chega de navio ao Brasil em 18 de abril de 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. O chefe da imigração no porto do Rio de Janeiro é Segismundo, Tony Ramos, um ex- oficial da polícia política de Getúlio Vargas “encostado” no novo cargo. Os dois vão se encarar, Clausewitz párea ganhar uma vida nova e esquecer o passado e Segismundo não dando a mínima ao estrangeiro e tentando lembrar o passado.
Os dois “monstros” da encenação dão um show. Mais para o fim, arrepiam o espectador. O personagem de Tony conta ao imigrante, com frieza ímpar, o que fazia como ex-torturador da polícia de Vargas. E Stulbach, que até então lembrava muito Tom Hanks em O Terminal (e isso é um elogio), joga para longe qualquer impressão anterior e incorpora um monólogo “absurdo” de bom. Não uma, mas duas vezes, o mesmo texto, deixando sempre quem assiste embasbacado.
Tempos de Paz é um tributo à arte, ao ator, ao teatro… ao cinema.
Tempos de Paz
CLASSIFICAÇÃO: DUCA
Ficha técnica:
Direção: Daniel Filho
Elenco: Tony Ramos, Dan Stulbach, Daniel Filho e Ailton Graça
Gênero: Drama
Ano: 2009
Roteiro: Bosco Brasil
Demorei para assistir e para voltar aqui, mas agora que o acabei de fazer, quero deixar minhas impressões. Que linda homenagem ao teatro e aos atores, não? Valeu muito a pena. Linda interpretação, lindo texto.
Assista, Dani. E diga se gostou…
Caramba, que super recomendação. Já havia ouvido elogios a esse filme, mas nenhum tão apaixonado assim. Me apaixonei também! Vou ver ainda hoje.